Matxin faz revelação sobre a prestação de Isaac del Toro na etapa 20 do Giro: "Se o Carapaz não tivesse parado ele tinha cedido"

Ciclismo
segunda-feira, 02 junho 2025 a 9:33
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A Volta a Itália 2025 aproximou-se do seu desfecho com uma das reviravoltas mais memoráveis dos últimos anos. Simon Yates surpreendeu o mundo do ciclismo ao bater Isaac del Toro e Richard Carapaz no Colle delle Finestre, conquistando uma vitória épica que ficará para a história.
Del Toro, até então firme líder da corrida e a grande revelação da prova, viu o seu sonho ruir no momento decisivo. Joxean Matxín, diretor desportivo da UAE Team Emirates - XRG, falou ao El Maillot sobre o dia em que tudo mudou e sobre o que vem a seguir para o jovem mexicano.
"Bem, foi uma subida onde a marcação entre Carapaz e o Isaac foi clara", começou por explicar Matxín. "Tantos ataques, tantas travagens... No fim, o Isaac não podia fazer muito mais. Quando finalmente recuperou boas sensações, já era tarde."
Joxean Matxín, diretor desportivo da UAE Team Emirates XRG
Joxean Matxín, diretor desportivo da UAE Team Emirates XRG
Matxín, que conhece bem os altos e baixos das Grandes Voltas, mostrou-se realista mas protetor com o seu pupilo de 21 anos. "Perder um Giro é duro. Passamos pelo oposto em 2024, quando vencemos, e sabemos que a diferença entre a vitória e a derrota é muito curta. Mas com 21 anos, o Isaac tem o futuro todo pela frente."
O diretor desportivo revelou ainda detalhes sobre o que o próprio Del Toro sentiu durante o dia mais duro da sua jovem carreira. "Ele disse no pódio que estava no limite. Se o Carapaz não tivesse parado a certo momento, ele tinha cedido. Aquelas pausas acabaram por salvá-lo temporariamente, mas foi um desgaste brutal."
Perante a inevitável pergunta sobre a ausência de homens da UAE na frente da corrida, Matxín foi pragmático. "Fizemos esse trabalho quase todos os dias. Hoje, sabíamos que o essencial era imprimir um ritmo sustentado. A EF Education tornou os primeiros quilómetros muito explosivos e conseguimos proteger o Isaac com o Adam [Yates], o Brandon [McNulty] e o Rafa [Majka]. Mas quando a corrida explodiu, foi um mano a mano entre os três melhores deste Giro."
Perder a Camisola Rosa a um dia da chegada a Roma foi um duro golpe, para todos. E Matxín não escondeu o peso da desilusão: "É evidente que quando se está tão perto, perder custa. A camisola branca é um prémio importante, mas não substitui a rosa. Ainda assim, a única coisa que podemos fazer agora é apoiá-lo, amá-lo, defendê-lo, sobretudo nos momentos difíceis, que fazem parte da carreira de qualquer campeão."
Apesar do amargo desfecho, Isaac del Toro sai do Giro com a certeza de que o futuro lhe pertence. Num desporto onde os mais fortes nem sempre vencem e onde a experiência conta tanto como as pernas, o mexicano mostrou maturidade, resistência e talento puro. Virtudes que, mais cedo ou mais tarde, o levarão de novo à luta pelas Grandes Voltas e, quem sabe, à tão sonhada vitória.
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