"Ditadura na Emirates? Parece-me exagerado" Companheiro de equipa de Ayuso surpreendido com declarações do espanhol

Florian Vermeersch juntou-se em 2025 à UAE Team Emirates - XRG, mas nunca chegou a fazer uma corrida com Juan Ayuso e, ao que tudo indica, não o fará até ao final da época. O belga de 25 anos confessou ter ficado surpreendido com as declarações explosivas do espanhol durante a Volta a Espanha, sobretudo pela escolha da palavra “ditadura” para descrever a direção da equipa.

"Não conheço muito bem o Juan. Nunca corremos juntos, só o vi durante o campo de treinos em dezembro. Mas esta situação é lamentável. Penso que é sempre melhor discutir os assuntos internamente. Discutir algo nos media nunca é bom", afirmou Vermeersch em declarações ao Sporza.

Ayuso mostrou-se desagradado com o facto da equipa ter anunciado a sua saída ainda durante a Vuelta, contrariando o acordo que previa uma oficialização da sua saída da equipa no final da corrida. Na entrevista antes da 10ª etapa deixou críticas duras à estrutura da Emirates, algo que não colhe a simpatia de Vermeersch.

"Claro que toda a gente tem direito à sua opinião, mas não me parece inteligente fazer uma tempestade num copo de água", argumentou. "Disse que há uma ditadura na UAE? Isso parece-me exagerado. Não é essa a minha experiência".

Enquanto a polémica continua a marcar a narrativa da equipa, Vermeersch tem o foco virado para a Volta à Grã-Bretanha, onde deverá trabalhar sobretudo para António Morgado e Pavel Sivakov, os homens da Emirates com aspirações à classificação geral.

"Não vai ser fácil, porque o pelotão aqui é muito forte. Eu também não sou o mais rápido, por isso tenho de tentar uma abordagem diferente. Nos últimos anos disputei muitos finais de etapa, mas ganhar é outra coisa. As corridas que mais me agradam nas Clássicas são também as mais difíceis de vencer. Muitos ciclistas podem ganhar aqui. Além disso, tenho de aprender a correr de forma mais inteligente, porque às vezes fico demasiado entusiasmado", admitiu.

Paralelamente, Vermeersch prepara-se também para o Campeonato do Mundo de Estrada no Ruanda, onde integrará a seleção belga ao lado de Remco Evenepoel.

"Estava na minha lista de desejos e estou feliz por ter a confiança do selecionador. É óptimo poder estar lá. O meu trabalho será sobretudo nas primeiras horas. Somos a equipa belga, vamos trabalhar para o Remco. Ele é o nosso líder. Vai ser uma tarefa hercúlea, mas estou disposto a isso", concluiu.