Com apenas 21 anos,
Isaac Del Toro confirmou em 2025 tudo o que se previa desde que deu os primeiros passos no pelotão: é um jovem com um enorme talento. A sua época, marcada por 16 vitórias, um pódio na Volta a Itália e um lugar entre os três melhores do ranking mundial da UCI, colocou-o definitivamente entre a elite do ciclismo internacional e já há quem veja nele o sucessor natural de
Tadej Pogacar.
Segundo o analista da TV 2 Sport, Emil Axelgaard, o mexicano da
UAE Team Emirates - XRG teve uma ascensão tão completa, que as comparações com o esloveno deixaram de ser exageradas.
“Não é descabido compará-lo com Pogacar”, afirmou Axelgaard. “Ainda não está ao nível do esloveno, claro, mas tem a mesma versatilidade extraordinária. É explosivo, sabe sprintar, anda bem nas subidas longas e no seu primeiro contrarrelógio a sério, na Volta ao Algarve de 2024, terminou em quarto, à frente de ciclistas como Filippo Ganna.”
Um talento para todos os terrenos
A polivalência é, segundo Axelgaard, o traço que distingue Del Toro da nova geração de trepadores. Formado no ciclocrosse, o mexicano combina controlo técnico com aceleração explosiva, características que o tornam competitivo em quase todos os terrenos.
“Ele pode realisticamente ambicionar ganhar qualquer tipo de corrida”, explicou o analista. “Talvez seja difícil imaginá-lo a lutar pela Volta à Flandres ou pela Paris-Roubaix, embora a Flandres não seja totalmente impossível. Mas é um ciclista feito para clássicas montanhosas e para corridas por etapas e já provou que pode competir também em Grandes Voltas. Ganhou todo o tipo de provas este ano, excepto uma grande volta, onde teve de se contentar com o segundo lugar.”
A época de 2025 de Del Toro foi uma demonstração dessa amplitude: vitórias no Giro della Toscana, Trofeo Matteotti e Giro del Veneto, além da exibição memorável na Volta a Itália, onde envergou a Camisola Rosa durante dez dias e venceu uma etapa em Bormio.
As duas áreas a melhorar
Apesar do crecimento impressionante, Axelgaard identifica dois aspetos que o jovem prodígio ainda precisa de aperfeiçoar.
“Ele é bom no contrarrelógio, mas ainda não está ao nível de Pogacar, Vingegaard ou Evenepoel”, referiu. “E vimos no Giro que ele ainda sofre nos dias de montanha realmente duros, com várias subidas longas. Essa fragilidade voltou a notar-se na Il Lombardia. São duas áreas que determinarão até onde pode chegar como ciclista para Grandes Voltas.”
Mesmo assim, poucos duvidam de que Del Toro vai colmatar essas lacunas rapidamente. A sua curva de crescimento, a atitude competitiva e a frieza táctica impressionam os especialistas.
“Depois de uma primeira época completa no World Tour tão sólida, não há motivos para duvidar de que ele continuará a crescer. Tendo em conta o seu segundo lugar na Volta a Itália, é apenas uma questão de tempo até começar a ganhar Grandes Voltas”, concluiu Axelgaard.
Com a confiança da UAE Team Emirates - XRG e um mentor como Tadej Pogacar, o mexicano surge como o novo rosto da geração que desafiará o domínio do esloveno nos próximos anos.