EF em apuros? Equipa tem 11 ciclistas a terminar contrato e arrisca perder Carapaz para 2026

Ciclismo
quarta-feira, 12 novembro 2025 a 11:45
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A EF Education-EasyPost entra em novembro de 2025 com um cenário preocupante: oito lugares por preencher no plantel de 2026 e 11 ciclistas ainda sem contrato confirmado. Enquanto várias equipas WorldTour já definiram reforços e planos de pré-época, a estrutura americana continua mergulhada num silêncio pouco habitual, alimentando dúvidas sobre a sua estabilidade financeira e a capacidade para manter os seus líderes.

Um futuro ainda em aberto

A dúvida principal é se a EF está a guardar os anúncios para um momento estratégico, ou se enfrenta dificuldades reais na renovação e contratação de ciclistas. À exceção de Ben Healy e Neilson Powless, ambos especialistas em clássicas, a equipa carece de líderes confirmados para 2026.
Healy brilhou esta temporada e pode ser a principal referência, mas, num contexto de luta intensa pelos pontos UCI, a EF precisa urgentemente de mais nomes capazes de somar vitórias e consistência ao longo do calendário.

Saídas: Rui Costa despede-se, Doull e Shaw partem

As baixas conhecidas são curtas, mas significativas. Rui Costa, aos 39 anos, despede-se do ciclismo profissional, encerrando uma carreira notável. Owain Doull transfere-se para a Team Visma | Lease a Bike, onde deverá desempenhar o papel de gregário em clássicas e terrenos planos.
Já James Shaw anunciou que não continuará na equipa, deixando no ar a possibilidade de outros seguirem o mesmo caminho.
“Para 2026 não sei onde estarei ou o que estarei a fazer. Mais uma vez encontro-me a bordo do navio dos corredores à procura de contrato”, escreveu no Instagram.

Entradas: reforços promissores, mas sem líderes à vista

Os primeiros anúncios chegaram apenas em novembro, um atraso invulgar para uma equipa WorldTour. Segundo fontes internas, o motivo poderá estar relacionado com limitações orçamentais, semelhantes às que afetaram a Jayco AlUla.
Ainda assim, a EF assegurou três contratações com potencial:
  • Luke Lamperti (Soudal - Quick-Step), sprinter e aposta imediata.
  • Michael Leonard (INEOS Grenadiers), jovem canadiano com perfil de rolador e contrarrelogista.
  • Matthias Schwarzbacher (equipa de desenvolvimento da Emirates), um talento em ascensão.
O trio junta-se ao sprinter Noah Hobbs, vencedor de etapa no Tour de l’Avenir, e a Mattia Agostinacchio, o novo campeão do mundo júnior de ciclocrosse e campeão europeu sub-23. São, no entanto, reforços para o futuro, e não soluções imediatas para resultados no WorldTour.

Carapaz no centro das atenções

O grande ponto de interrogação é Richard Carapaz. O equatoriano, que regressou ao melhor nível no Giro, com uma vitória de etapa e lugar no pódio, ainda não confirmou a renovação. Com a INEOS Grenadiers à procura de um líder para 2026, a EF enfrenta o risco de perder a sua principal referência, sem tempo nem recursos para encontrar substituto à altura.
Caso Carapaz saia, será um golpe duro na estrutura e na moral da equipa. A relação próxima com Jefferson Alexander Cepeda, também sem contrato, reforça os receios de uma dupla saída.

Jovens incertos e veteranos em fim de ciclo

A incerteza estende-se a nomes de futuro, como Archie Ryan, Lukas Nerurkar e Darren Rafferty, todos com menos de 23 anos e potencial para crescer dentro da equipa. Nenhum deles assinou ainda uma extensão.
Já Hugh Carthy e Esteban Chaves, veteranos que há muito deixaram de ser protagonistas nas Grandes Voltas, parecem ter os dias contados na estrutura. Também Jack Rootkin-Gray, Jardi van der Lee e o japonês Yuhi Todome aguardam definição sobre o futuro.

Uma equipa em risco de estagnação

Com o mercado a avançar rapidamente, a EF corre o risco de ficar para trás. Os reforços jovens apontam para um projeto de longo prazo, mas a ausência de líderes consolidados e a falta de clareza sobre as renovações comprometem a ambição imediata da equipa.
O próximo mês será decisivo: ou a EF consegue garantir Carapaz e um bloco competitivo para 2026, ou entrará na nova temporada como uma das formações mais fragilizadas do WorldTour, dependente de promessas, e sem certezas.
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