Desde que se juntou à
UAE Team Emirates - XRG,
Tim Wellens tornou-se um dos elementos mais valiosos do bloco de
Tadej Pogacar. O belga, com mais de uma década no pelotão WorldTour, vive atualmente um dos melhores momentos da carreira, combinando experiência, consistência e uma mentalidade de verdadeiro gregário de luxo.
“Foi um enorme sucesso para mim. Não só pela vitória na etapa, mas também por ter chegado a Paris integrado numa equipa que dominou a corrida”, afirmou o belga à
Marca, relembrando o triunfo na
Volta a França 2025, onde voltou a ser peça determinante para a conquista da Camisola Amarela de Pogacar. “É uma experiência incrível.”
Discrição sobre o caso Pogacar
Questionado sobre os problemas no joelho do esloveno durante o Tour, Wellens preferiu manter a discrição.
“Não me cabe entrar em pormenores médicos. Penso que essa pergunta deve ser respondida pela equipa ou pelo próprio Tadej.”
O belga foi, no entanto, uma das figuras-chave da UAE na proteção do campeão do mundo durante as fases mais delicadas da corrida.
O parceiro ideal para Pogacar
Contratado em 2023 para trazer experiência e equilíbrio à formação, Wellens consolidou-se como um gregário de referência. Forte em terreno plano, eficiente nas colinas e resistente nas montanhas, tornou-se o elo perfeito entre as diferentes frentes de apoio da equipa. Aos 34 anos, é também um exemplo para a nova geração que a Emirates tem vindo a desenvolver, com nomes como Isaac del Toro, Juan Ayuso (até à sua saída) e Igor Arrieta.
“Na UAE, todos são muito profissionais. O Juan [Ayuso] tem a mentalidade certa para lidar com isso. Ele toma as decisões que sente serem as melhores para si. Quando o Pogacar não está, a pressão é maior. Veremos como corre, espero que muito bem.”
Uma época de topo e uma ambição renovada
Em 2025, Wellens assinou a melhor temporada da sua carreira recente, com um pódio na Strade Bianche, o título nacional belga e uma vitória de etapa na Volta a França. Contribuiu diretamente para a hegemonia da UAE, que somou dezenas de vitórias e selou mais um ano histórico.
“Não é o meu ano com mais vitórias, mas é o das maiores. Ser campeão nacional na Bélgica é enorme. E ganhar uma etapa do Tour com essa camisola… é um sonho. Sei que nunca vou ganhar a geral, mas para mim, isso é o máximo.”
O belga acredita que 2026 poderá trazer-lhe mais liberdade de liderança, especialmente na primavera.
“Em 2024 estive muito bem; em 2025 um pouco menos. Em 2026 quero voltar à frente. São corridas que exigem força… e também sorte.”
Um bloco imparável
A UAE, mesmo após a saída de Juan Ayuso, mantém uma estrutura poderosa. Com reforços como Benoît Cosnefroy e a evolução natural de jovens talentos, Wellens acredita que o coletivo pode ultrapassar as 100 vitórias em 2026.
“Vai ser difícil. Achei impossível melhorar 2024, e em 2025 conseguimos. Talvez seja difícil repetir, mas esta equipa está cheia de campeões. Se não estivesse aqui, talvez também não gostasse de ver outra ganhar tanto. Mas eu estou lá… e espero que cheguemos às 200.”
O elogio a Isaac del Toro e o respeito por Pogacar
Entre os novos talentos, Isaac del Toro é, para Wellens, a grande promessa do futuro:
“Tem talento natural e uma mente muito forte. É jovem, mas muito maduro. Tem um futuro enorme.”
Sobre Pogacar, o belga foi perentório:
“Toda a gente sabe que ele é o melhor. Mas o que faz a diferença é que também é uma das melhores pessoas do pelotão. Mantém os pés no chão. Isso vale tanto como as vitórias.”
Com um papel cada vez mais central na estrutura da UAE Team Emirates - XRG, Tim Wellens personifica o equilíbrio entre experiência, humildade e ambição, ingredientes que fazem dele um dos pilares silenciosos do domínio da equipa no pelotão mundial.