Egan Bernal critica a UAE ter perseguido o grupo de Del Toro, depois do ataque do colombiano no Monte Grappa: "Não faço ideia do que estavam a fazer"

Ciclismo
segunda-feira, 26 maio 2025 a 12:50
eganbernal
A Volta a Itália 2025 entrou na sua fase decisiva com espetáculo a alta intensidade, e a INEOS Grenadiers tem sido, sem dúvida, uma das equipas que mais animou a corrida. Na exigente etapa 15, que incluía a ascensão ao mítico Monte Grappa, o bloco britânico tentou, mais uma vez, dinamitar a classificação geral, apostando forte numa ofensiva de longa distância com Egan Bernal como protagonista.
A mais de 90 quilómetros da meta, após um trabalho consistente da equipa, Bernal desferiu um ataque que rapidamente provocou uma seleção. A ele juntaram-se Isaac Del Toro, líder da geral, Richard Carapaz, Thymen Arensman e Derek Gee. A manobra prometia abalar a hierarquia da Camisola Rosa, mas esbarrou numa estratégia ultra-conservadora da UAE Team Emirates – XRG.
“Estávamos só a colaborar”, disse Bernal ao Cyclingnews. "Mas parecia que o outro grupo vinha com demasiada força. Eu estava a descer como uma flecha, assustado até, e mesmo assim estavam a recuperar tempo. Foi estranho".
Apesar da agressividade táctica da INEOS, Del Toro recusou-se a colaborar na frente, e a UAE reagiu mobilizando corredores para controlar o ritmo e aproximar Juan Ayuso, que seguia num grupo mais atrasado. A estratégia, embora eficaz para manter o statu quo, gerou críticas visíveis dentro do pelotão.
Arensman foi apanhado pelas câmaras a demonstrar desagrado, enquanto Bernal admitiu frustração:
"Não faço ideia do que estavam a fazer. Foi tudo muito estranho. Mas devem ter os seus motivos, por isso... não sei".
A ofensiva da INEOS acabou por não alterar significativamente a geral, mas teve um efeito colateral notório: a pressão constante e o ritmo elevado acabaram por quebrar Primoz Roglic, que perdeu tempo considerável na subida final. Isso permitiu a Bernal e Arensman ganharem uma posição cada no Top 10, confirmando a consistência do trabalho tático da equipa britânica.
"Com o Roglic, não sei o que aconteceu. A última subida nem era tão íngreme, mas se ficas para trás, perdes muito tempo", comentou Bernal. "Nos últimos metros também eu estava a lutar. Era difícil manter o ritmo com os grandes. Mas somos a INEOS - temos de tentar algo. De certeza".
Mas o verdadeiro motor da motivação de Bernal nesta Corsa Rosa vai além da classificação. O colombiano, que em 2022 sofreu um acidente quase fatal, vive agora a sua primeira Grande Volta sem dores.
“Tive dores nas costas durante toda a minha carreira. Desde miúdo. Só no ano passado, depois da cirurgia para remover uma hérnia, comecei finalmente a desfrutar da bicicleta.” "É a primeira vez que corro uma Grande Volta sem dores. Depois de três anos no gruppetto, agora posso atacar, mexer com a corrida e dar algo à equipa. Estou feliz por estar de volta".
Com mais montanha pela frente e Bernal motivado, é garantido que a INEOS continuará a procurar desequilibrar a corrida nos dias restantes. O colombiano não assume favoritismo, mas deixa claro que está de volta ao nível onde pode realmente fazer a diferença:
"Não sei qual será o resultado, mas esta corrida já é um grande passo para o futuro. Tenho a certeza de que me vai dar algo extra".
aplausos 0visitantes 0

Últimas notícias

Notícias populares

Últimos Comentarios