"Ele é um trator, disse-me para ter 'tomates'" Pidcock diz que Almeida lhe gritou para mudar de atitude em Valdezcaray

Ciclismo
segunda-feira, 01 setembro 2025 a 12:13
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A 9ª etapa da Volta a Espanha 2025 ficou marcada por alguns momentos intensos dentro e fora da estrada. Tom Pidcock, que terminou o dia ao lado de João Almeida e a apenas 24 segundos do vencedor Jonas Vingegaard, revelou após o final que Almeida não estava satisfeito com a sua colaboração.
Com um sorriso na cara, o britânico contou o episódio: "Ele disse-me que eu tinha de ter tomates", explicou Pidcock com uma risada, recordando a repreensão de Almeida quando a dupla tentava reduzir a diferença para Vingegaard. O ciclista da Q36.5 Pro Cycling Team acrescentou ainda: "Eu disse-lhe: 'Se fores um pouco mais lento, posso seguir-te e fazer a troca.'"
A troca de palavras ocorreu nas rampas de Valdezcaray, onde Almeida assumiu a liderança do duo perseguidor depois do dinamarquês ter lançado um ataque que deixou para trás quase todos os favoritos para a classificação geral.

O ataque de Vingegaard e a perseguição

Pidcock detalhou a situação: "Quando Jonas e Ciccone atacaram foi difícil segui-los. O Jonas tem sempre quatro colegas de equipa entre ele e o pelotão, e a Trek estava na liderança. Mas pensei que o Almeida era a roda perfeita para os seguir, que podíamos apanhá-lo".
Durante vários quilómetros a dupla chegou a estar a sete segundos de Vingegaard. No entanto, o líder da Visma voltou a acelerar e a perseguição perdeu força. Com Almeida a puxar forte, Pidcock aguentou-se: "Tiro-lhe o chapéu, não o pude ajudar muito e ele gritou-me. Mas ele é como um trator", confessou. "Naquele troço plano e especialmente no último quilómetro, ele foi fantástico. Quase não o conseguia ultrapassar. Mas estou contente, para ser sincero."
Embora a vitória na etapa estivesse fora de hipótese, o resultado permitiu a Pidcock subir para o quarto lugar da geral, a 1:35m do líder Torstein Træen e a apenas 11 segundos do pódio virtual. O britânico admitiu que a potência de Vingegaard reduz as hipóteses de vitória absoluta, mas também deixou claro que o seu papel na corrida está a tornar-se mais consistente: "Não se pode dar espaço ao Jonas. Mas eu posso ficar satisfeito. Estou contente. Acho que é difícil saber exactamente quais são as minhas capacidades. Por vezes sou um pouco cauteloso, mas isso dá-me confiança para os dias mais difíceis que se avizinham".

Apoio total da equipa

O ciclista da Q36.5 não hesitou em sublinhar o apoio da sua equipa: "Estão 100% concentrados em mim e estou muito grato por isso. É um grupo fantástico e divertimo-nos muito. Temos de aproveitar com as duas mãos as nossas oportunidades nas Grandes Voltas".
Com Giulio Ciccone a começar a dar sinais de desgaste e com vários rivais a pagarem caro a sua agressividade excessiva, Pidcock está agora não só entre os mais fortes candidatos à geral, mas também entre os que têm a melhor recuperação. O próprio britânico analisou a situação com calma: "Vi toda a gente a sprintar a meio das subidas e pensei que iam pagar por isso mais tarde. Mas ainda há um longo caminho a percorrer, ainda não é altura de tirar conclusões".
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