"Foi um erro segui-lo" - Giulio Ciccone pagou caro a resposta ao ataque de Vingegaard na etapa 9 da Vuelta

Nas rampas de Valdezcaray, onde a 9ª etapa da Volta a Espanha 2025 finalmente abriu a luta pela classificação geral, Giulio Ciccone ousou desafiar Jonas Vingegaard. Mas, olhando em retrospetiva, o italiano admite que o preço do risco foi demasiado alto.

A ofensiva começou a cerca de 11 km da meta, quando Matteo Jorgenson acelerou de forma incisiva e lançou o seu líder. Vingegaard respondeu com autoridade e Ciccone colou-se de imediato à roda do dinamarquês. Por instantes, parecia a jogada certa, com o grupo da Camisola Vermelha a fragmentar-se atrás.

Mas a ilusão durou pouco. Apenas um quilómetro depois, o italiano já não conseguia sustentar o ritmo demolidor de Vingegaard e foi forçado a ceder terreno, vendo João Almeida, Tom Pidcock e Felix Gall passarem para a frente. No final, pagou o esforço com uma perda de 1:46 para os principais rivais da geral.

“Acho que fui demasiado rápido. Foi demasiado difícil para mim”, reconheceu Ciccone no final, entre sorrisos e resignação. “Dei tudo, mas talvez tenha sido um erro segui-lo. Talvez devesse ter imposto o meu próprio ritmo desde a base da subida.”

A Lidl-Trek tinha preparado bem a etapa. Com Mads Pedersen resguardado caso o terreno permitisse um sprint reduzido, a equipa entregou Ciccone em posição ideal à entrada da última subida. O italiano decidiu arriscar, mas acabou castigado pela intensidade do bicampeão da Volta a França, que confirmou a sua superioridade na véspera do primeiro dia de descanso.

Ciccone começou a etapa em quarto da geral, mas terminou em sexto, ultrapassado por Pidcock e Gall. A diferença para Almeida e Vingegaard aumentou e o ataque deixou claro que o dinamarquês está pronto para ditar o rumo da corrida.

Apesar disso, o transalpino preferiu destacar os pontos positivos: “As sensações foram boas. Tivemos confiança para tentar algo hoje. Às vezes resulta, outras não. O Jonas esteve incrivelmente forte, mas vamos voltar a tentar.”

No balanço da primeira semana, Ciccone segue em sexto lugar, ainda dentro da discussão. Com as grandes montanhas ainda por chegar e com a corrida sempre sujeita a surpresas, o italiano mantém ambição para as próximas etapas.

A Lidl-Trek, por seu lado, tem sido uma das formações mais proactivas da corrida e continua a dispor de duas armas relevantes: Ciccone para a geral e Pedersen para as etapas rápidas.

Para já, fica a reflexão de um ataque corajoso que não teve o desfecho esperado. “Fiz o meu melhor”, resumiu Ciccone. “Mas talvez, da próxima vez, escolha o meu próprio ritmo.”