"Ele próprio disse que não tem nada a perder" Compatriota de Vingegaard considera que Almeida o vai encostar às tábuas na Bola del Mundo

Ciclismo
sábado, 13 setembro 2025 a 14:00
JoaoAlmeida JonasVingegaard 2
À medida que a Volta a Espanha 2025 entra na sua derradeira etapa de montanha, Matti Breschel, antigo profissional e atual analista da Eurosport, não tem dúvidas: João Almeida terá de atacar Jonas Vingegaard se quiser virar a classificação geral.
A brutal 20ª etapa, este sábado, nos arredores montanhosos de Madrid, promete um desfecho explosivo, e Breschel antevê um confronto direto entre os dois trepadores mais fortes da corrida. "O Almeida não tem escolha, tem de ir para a frente", afirmou o dinamarquês. "Ele próprio disse que não tem nada a perder, o que significa que tem tudo a ganhar. Por isso, tem de tentar".
Com apenas 44 segundos a separá-lo de Vingegaard, antigo bicampeão da Volta a França, o português sabe que chegou o momento da verdade. Breschel acredita que a batalha será inevitável. "Depois é mano a mano. Eles são claramente os mais fortes. Houve um dia em que ambos estiveram mais discretos, mas continuam num nível acima dos outros", explicou. "Se o Almeida atacar, teremos um verdadeiro duelo, e não sei se mais alguém terá pernas para os acompanhar".

A calma antes da tempestade

A 19ª etapa, disputada ao sabor dos abanicos, acabou por ser relativamente tranquila para os homens da geral. No final, Jasper Philipsen bateu Mads Pedersen num sprint tenso, enquanto Vingegaard e Almeida cruzaram a meta sem sobressaltos.
"Foi a calma antes da tempestade", analisou Breschel. "O Jonas esteve sólido, passou o dia sem problemas e até disse que se estava a sentir bem. Ele sabe que parte numa posição forte".
O contraste, contudo, não podia ser maior em relação ao que se espera para este sábado. "Não diria que a 19ª etapa foi descanso, mas foi um tipo de esforço completamente diferente", acrescentou. "Na 20ª, vai ser tudo a fundo desde o quilómetro zero".

Etapa 20: uma guerra de desgaste

Breschel conhece bem o terreno madrileno e deixou o alerta: não haverá tréguas. "Vai ser uma etapa muito dura. É uma zona clássica antes de Madrid, com subidas implacáveis, terreno que gasta energia e sem metros planos para recuperar. Desde o levantar da bandeira, será a sério".
Para além da camisola vermelha, haverá muito em jogo. "As equipas que ainda não ganharam vão estar desesperadas por colocar gente na fuga. Os Emirates podem querer alguém cedo na frente. Depois, será à Visma controlar com o que tiver disponível".
E o xadrez não se limitará ao duelo pela geral. "Há o pódio, a camisola branca e o top-10. Podemos ver um jogo muito tático, semelhante ao que aconteceu no início da corrida. O terceiro lugar e a classificação jovem ainda estão em aberto, e isso pode mexer muito com a dinâmica da etapa".

Agora ou nunca para Almeida

A penúltima etapa da Vuelta decidirá a edição de 2025. Para Vingegaard, é a oportunidade de fechar com chave de ouro a liderança que conquistou e defendeu. Para Almeida, é o momento de arriscar tudo.
Resta saber se o português terá capacidade para derrubar o dinamarquês na subida final. "É a sua oportunidade", resumiu Breschel. "Ele tem de atacar. Se não o fizer, não ganha a Vuelta. É simples".
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