A 15ª etapa da
Volta a Espanha 2025 trouxe finalmente um momento de glória para a Lidl-Trek. Depois de semanas discretas, sem a esperada vitória de
Mads Pedersen e com as recentes dificuldades de Giulio Ciccone, foi o dinamarquês quem se impôs, mostrando toda a sua astúcia numa fuga massiva que acabou decidida ao sprint em Monforte de Lemos.
Uma fuga gigantesca marca o dia
O desenho da etapa, com uma subida de 16 quilómetros logo na fase inicial e um perfil final praticamente plano, prometia um dia para aventureiros. Sem equipas interessadas em controlar, a fuga ganhou rapidamente corpo, chegando a contar com cerca de 50 ciclistas, incluindo nomes fortes como Mads Pedersen,
Orluis Aular e Jake Stewart, claros favoritos a um sprint final, bem como a presença portuguesa de Ivo Oliveira.
Apesar da dimensão do grupo, dois homens arriscaram cedo: Jay Vine e Louis Vervaeke atacaram a mais de 100 quilómetros da meta e chegaram a abrir três minutos de vantagem, aproveitando a falta de colaboração atrás. No pelotão, o ritmo manteve-se calmo, sem qualquer interesse em anular a escapada.
Protestos voltam a marcar a corrida
Mais uma vez, a etapa não foi apenas marcada pelo ciclismo. Um manifestante provocou uma queda dentro do grupo da frente e, já próximo da chegada, um grupo anti-israelita tentou ultrapassar as barreiras de segurança, criando momentos de tensão. A rápida intervenção da polícia evitou maiores consequências e a corrida pôde prosseguir.
Decisão entre trepadores e sprinters
Na última colina do dia, surgiram novos ataques que fragmentaram a frente. Formou-se um grupo seletivo com Egan Bernal, Santiago Buitrago, Eddie Dunbar e Magnus Sheffield, mas também com os dois sprinters mais fortes do dia: Pedersen e Aular. Sem mais subidas no horizonte, a colaboração foi inevitável, e o duo Vine-Vervaeke foi alcançado a seis quilómetros do fim.
A partir daí, instalou-se o jogo tático. Egan Bernal lançou o primeiro ataque, abrindo a dança de movimentos que se seguiram. O próprio Pedersen testou as pernas, consciente de que não queria deixar tudo para o sprint, mas manteve sempre a situação controlada.
Pedersen mostra força e experiência
Nos metros finais, Marco Frigo ainda tentou surpreender com um ataque explosivo, mas Pedersen seguiu-o de imediato. Já no sprint, o dinamarquês mostrou porque é um dos finalizadores mais consistentes do pelotão: lançou-se com potência, resistiu a Orluis Aular e ergueu os braços em celebração.
O venezuelano ficou com o segundo lugar e Frigo completou o pódio, enquanto a Lidl-Trek celebrou uma vitória que já parecia escapar nesta Vuelta. Ivo Oliveira fechou às portas do top 10, na 11ª posição. O pelotão chegou a 13:31, comandado pela Bahrain - Victorious. Junior Lecerf terá entrado no top 10 da geral.