"Era esse o nosso plano, tentar aproveitar o vento a 20 quilómetros do fim" - Visma dá lição ao pelotão nos "abanicos"

Jonas Vingegaard não deixou margem para dúvidas logo na etapa de abertura da Volta a França 2025. O dinamarquês da Team Visma | Lease a Bike aproveitou as previsões de vento lateral e, com a ajuda da sua poderosa formação, causou cortes decisivos no pelotão, ganhando tempo a vários favoritos da classificação geral, entre eles Remco Evenepoel, João Almeida e Florian Lipowitz.

No início do dia, Vingegaard já tinha dado o aviso: "Temos uma equipa muito forte para isto. Dissemos no outro dia que basicamente temos aqui uma equipa com homens de clássicas, por isso temos equipa para isto. E se houver uma oportunidade, vamos tentar aproveitá-la". As palavras revelaram-se uma declaração de intenções e foi isso mesmo que aconteceu.

Após cortar a meta integrado no primeiro grupo, Vingegaard falou à ITV Sport e reconheceu que o dia tinha sido tudo menos tranquilo. "Foi um dia stressante", começou por admitir com um sorriso. "Foi um bom dia para nós. Acabámos por ficar no primeiro grupo. Era esse o nosso plano, tentar aproveitar o vento a 20 quilómetros do fim. A equipa esteve muito bem, evitou problemas em todos os momentos do dia, por isso, sim, muito obrigado à equipa, em primeiro lugar, e depois também fizeram o corte. Por isso, para nós, acho que foi um dia muito bom".

O bicampeão da Volta explicou ainda que a ofensiva ao vento já estava planeada: "Para ser sincero, se não formos nós, será outra equipa a tentar. Naquele momento, sabíamos que soprava cruzado e sabíamos que havia vento suficiente. Por isso, nessa altura, sabemos que ou vamos nós ou vai outra equipa. Foi essa a nossa abordagem hoje e, sim, fomos bem-sucedidos".

Contudo, nem tudo correu de feição à Team Visma | Lease a Bike, uma vez que Simon Yates, apontado como segunda opção da equipa para a classificação geral, perdeu tempo importante. "Claro que não foi bom o Simon ter perdido cerca de seis minutos, penso eu", reconheceu Vingegaard. "Foi um percalço no caminho para ser honesto, mas sim, mantivemo-nos seguros e foi provavelmente o final mais seguro que poderia ter sido. Se fosse uma 1ª etapa da Volta a França, com 180 ciclistas, teria sido o caos total".