Especialistas da Eurosport questionam nível de competitividade da Volta a Espanha 2024: "Tadej Pogacar teria ganho esta Vuelta por 15 minutos"

No passado fim de semana, em Madrid, Primoz Roglic recuperou da desilusão da Volta a França para garantir a sua quarta vitória na Volta a Espanha, um recorde absoluto. Dada a ausência de nomes como Jonas Vingegaard, Tadej Pogacar e Remco Evenepoel, até que ponto o nível em Espanha foi realmente elevado?

Esta foi uma questão colocada no podcast Kop over Kop da Eurosport. Apesar da indiscutível imponência da 4ª vitória de Roglic na Camisola Vermelha, os especialistas holandêses da Eurosport questionam se o Roglic visto na Volta a Espanha 2024 teria sido capaz de bater o seu compatriota Pogacar, se o líder da UAE Team Emirates estivesse presente.

"Quem foi o melhor nesta Vuelta? Pogacar teria ganho por quinze minutos. Na verdade, é um pouco absurdo dizer que Pogacar poderia ter ganho a Vuelta a correr a 80 por cento", começa por dizer Jan Hermsen, especialista da Eurosport. "Na verdade, achei que o Roglic foi bastante aborrecido." diz Karsten Kroon. "O contrarrelógio estava a chegar e ele sabia exatamente o que fazer".

Embora a fuga de Ben O'Connor na etapa 6 tenha representado algum perigo para Roglic, Hermsen observa que, para além disso, não havia muito para entusiasmar nesta Volta a Espanha. "Se isso não tivesse acontecido, o que estaríamos a ver? Mikel Landa ataca e perde minutos no dia seguinte, Enric Mas que, na verdade, não é suficientemente bom e a Emirates que, ocasionalmente, mostra coisas boas", continua. "É preciso ter cuidado para que o Giro não se torne também uma espécie de corrida de preparação. Fiquei bastante chocado com o facto de nenhum ciclista ter conseguido fazer uma Grande Volta durante três semanas de forma estável, à exceção de Roglic".

"Acho notável que Pogacar consiga fazer uma corrida muito estável e consiga fazer duas Grandes Voltas sem ter um dia mau e que mais ninguém o consiga fazer. Estes homens são assim tão bons ou os outros são tão ingénuos? O que é que temos visto em termos de ataques dos adversários?" conclui Hermsen.