"Está no meu ADN" Campeão do Mundo de XCO irá concentrar-se mais na estrada em 2026 pela Jayco

O campeão do mundo de XCO viveu em 2025 a época mais completa da carreira e quer manter o equilíbrio entre as duas modalidades em 2026.

A aposta da Team Jayco AlUla em Alan Hatherly revelou-se um verdadeiro golpe de mestre. Contratado como wildcard para 2025, o sul-africano não só confirmou o seu valor na estrada como conseguiu conciliar o calendário do World Tour com o BTT de forma exemplar, assinando uma das épocas mais versáteis do pelotão internacional.

“Senti que tinha chegado a um ponto em que precisava de aprender e crescer de uma forma diferente. Na estrada tudo se resume à resistência à fadiga”, explicou Hatherly em declarações à ESTMB. “Temos de ser capazes de dar o nosso melhor mesmo quando estamos exaustos. É uma curva de aprendizagem completa.”

O sul-africano de 29 anos, foi sexto na AlUla Tour - mostrando-se como principal adversário de Tom Pidcock nas etapas mais montanhosas - conquistou o título nacional de contrarrelógio e terminou o ano com um 11.º lugar na Arctic Race e um 17.º na Volta à Guangxi. Entre abril e agosto, interrompeu o calendário de estrada para competir no BTT, onde brilhou novamente: venceu o Campeonato do Mundo de XCO e apenas uma semana depois conquistou nova vitória em Lenzerheide, já com a Camisola Arco-Íris.

A ligação emocional de Hatherly ao BTT continua inabalável, mesmo com o crescente destaque que tem vindo a ganhar na estrada. “Percebi que a transição entre o BTT e a estrada pode ser rápida”, afirmou. “Vou regressar para defender o meu título mundial pela terceira vez. Mesmo que ganhe o ouro olímpico, nunca deixarei o ciclismo de montanha. Foi o que me formou como atleta. Está no meu ADN.”

Com a Team Jayco AlUla a perder trepadores como Eddie Dunbar e Chris Harper, o sul-africano poderá ganhar um papel mais relevante na estrada em 2026. As discussões sobre o calendário serão realizadas no primeiro estágio da equipa, mas tudo indica que Hatherly continuará a combinar as duas vertentes, com maior foco no asfalto.

“Percebi que é possível alternar entre estrada e BTT de forma eficaz. Talvez faça menos etapas da Taça do Mundo, mas quero continuar a disputar algumas e o Campeonato do Mundo todos os anos. É preciso coragem e entrega total à estrada quando chega o momento certo e depois regressar ao BTT com a mesma intensidade”, concluiu.