"Estou à espera dos dias em que conta" Tom Pidcock explica o início tranquilo da Vuelta e dá a sua opinião sobre as críticas à UAE

Tom Pidcock manteve-se discreto durante a semana de abertura da Volta a Espanha 2025, repetindo a abordagem cautelosa que já tinha mostrado no início desta época na Volta a Itália. Agora a liderar a Q36.5 Pro Cycling Team na sua primeira temporada fora da INEOS Grenadiers, o britânico de 26 anos garante que esta estratégia não é fruto do acaso, mas sim de uma gestão calculada para se manter fresco para a luta pela classificação geral.

"A Vuelta tem sido bastante tranquila," afirmou Pidcock em declarações à Velo, antes da etapa de sábado. "Ontem foi difícil, Andorra foi difícil. Veremos o que acontece quando chegarmos à etapa em que as diferenças serão feitas. A classificação geral ainda está muito próxima neste momento".

Apesar de reconhecer as dificuldades encontradas nos primeiros dias, o britânico mostrou-se confortável com a sua forma física e insistiu que está a guardar forças para quando a corrida entrar no território decisivo. "Senti-me muito bem. Acho que estou à espera dos dias em que isso realmente conta", disse, antecipando que nas etapas intermédias poderá surgir variedade: "Acho que pode haver ventos contrários e mudanças de direção, por isso acho que podemos ter um dia stressante e depois, provavelmente, outro dia sem incidentes, com um sprint no final".

Pidcock sublinhou ainda a postura conservadora do pelotão e dos grandes favoritos, à cabeça Jonas Vingegaard. "As pessoas estão a correr de forma inteligente. Toda a gente sabe o que está para vir. Nestas chegadas ao cimo das colinas, as verdadeiras diferenças não vão ser feitas porque não são suficientemente íngremes. E especialmente à velocidade a que corremos agora, por isso as pessoas têm sido inteligentes".

O britânico sabe que os verdadeiros testes estão guardados para a segunda e terceira semanas, quando a corrida entrar nas montanhas mais icónicas da Vuelta. O Angliru, em particular, surge como ponto de referência na sua leitura. "Quando chegarmos a estas etapas, em que as diferenças se farão sentir, haverá grande fogo de artifício. Vamos ver", atirou.

Uma das equipas mais comentadas da primeira semana tem sido a UAE Team Emirates - XRG, cuja postura agressiva dividiu opiniões entre especialistas e adeptos. Alguns criticaram o que consideraram um gasto desnecessário de energia, mas Pidcock fez questão de reconhecer os resultados obtidos. "Seja qual for a opinião das pessoas sobre a forma como estão a correr, os Emirates têm três vitórias em etapas, por isso não se pode bater-lhes".

Enquanto isso, Pidcock permanece fiel ao seu plano: manter-se na sombra até a corrida entrar verdadeiramente na montanha, onde acredita poder demonstrar a sua força.