Depois de um arranque fulgurante no
Critérium du Dauphiné, onde chegou a vestir a camisola de líder,
Remco Evenepoel enfrenta agora o verdadeiro teste: as grandes montanhas alpinas, num fim de semana decisivo. O belga sofreu uma queda na 5.ª etapa e, embora continue no 4.º lugar da geral, sente que os efeitos do acidente podem ter condicionado o seu desempenho na jornada seguinte.
“No ciclismo, há que viver o dia a dia. Os dias bons e maus podem alternar, por isso hoje é um novo dia, uma etapa completamente diferente. Vamos tentar de novo”, afirmou esta manhã, antes do arranque da 7.ª etapa.
A análise aos dados de potência do final de etapa em Combloux não deixou Remco satisfeito. Apesar de uma boa sensação na penúltima subida, não conseguiu manter a mesma eficácia na subida final, e os números foram inferiores aos registados no contrarrelógio da primeira metade da prova.
“Não foi claramente a minha melhor subida final de sempre. Se olharmos para a potência ao longo de vinte minutos, a minha prestação no contrarrelógio foi superior à de ontem. Isso não foi bom. Mas a sensação na penúltima subida foi muito boa. Ainda me restava alguma coisa.”
Segundo Evenepoel, a diferença entre a subida curta e explosiva e a mais longa do final da etapa foi demasiado acentuada, e admite que o corpo pode não ter estado em perfeitas condições, ainda a recuperar da queda do dia anterior.
Remco não teve as melhores sensações na 6ª etapa do Dauphiné
“É sempre uma possibilidade. Sei que retenho sempre algum líquido no dia seguinte a uma queda. Isso é normal, porque o corpo está em estado de choque. Mas eu não estava muito mais pesado do que no dia anterior. Talvez alguma coisa não estivesse a funcionar bem. Tinha um pequeno bloqueio nas costas e no pescoço, mas isso aplica-se a todas as pessoas que sofreram uma pequena queda. Talvez tudo isso tenha contribuído, mas no final são as pernas que falam. Espero que hoje seja diferente.”
Com Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard em grande forma, Evenepoel mantém-se realista quanto às suas ambições, mas não baixa os braços. O pódio continua ao alcance, e a equipa Soudal Quick-Step terá cartas para jogar, com Maximilian Schachmann e Valentin Paret-Peintre como possíveis aliados táticos.
“Continuo em quarto lugar na classificação e o pódio ainda está à vista. Não sabemos o que vai acontecer hoje. Também temos mais bons trepadores connosco, com o Max e o Valentin, por isso temos alguns planos de reserva para tentarmos algumas coisas.”
A prioridade, contudo, será perceber como reage o corpo de Evenepoel às subidas de grande extensão, onde o belga ainda procura provar que consegue ombrear com os melhores do mundo nas etapas de alta montanha.
“Mas eu próprio tenho de ver como estão as minhas pernas e aguentar o máximo de tempo possível. É claro que temos de ter um bom desempenho, mas depois desta semana ainda há tempo para analisar algumas coisas. Para mim, pessoalmente, mas também como equipa.”