Marlen Reusser furiosa com a antiga companheira de equipa Demi Vollering "Tenho de ter cuidado com a forma como digo isto"

A segunda etapa da Volta à Suíça Feminina ofereceu uma jornada intensa, marcada por acções decisivas na frente da corrida e por um crescendo de tensão entre duas das principais candidatas à vitória final. Enquanto Amber Kraak conquistava um triunfo com um ataque a partir da fuga e Katarzyna Niewiadoma e Elise Chabbey se lançavam num ataque ousado, o maior foco acabou por recair na relação entre Marlen Reusser e Demi Vollering.

A etapa foi palco de um momento táctico decisivo quando Reusser e Vollering, duas das ciclistas mais fortes do pelotão, deixaram escapar um grupo perigoso. A falta de entendimento entre ambas revelou-se fatal e os 30 segundos cedidos para a frente da corrida reavivaram a luta pela geral.

No final da jornada, Reusser, que liderava a corrida, não escondeu a frustração com a holandesa da FDJ-Suez. “Tenho de ter cuidado com a forma como digo isto. A Demi não é uma pessoa que assuma muita responsabilidade em momentos como este. Ela entra muito em pânico e se agisse de forma um pouco mais normal na corrida, não acabaríamos em situações perigosas”, declarou a suíça, visivelmente descontente.

A “situação perigosa” a que Reusser se refere diz respeito precisamente ao tempo perdido, que embora não seja nada de dramático, permitiu a aproximação das principais adversárias na classificação geral. Kasia Niewiadoma, uma das atacantes do dia, beneficiou da hesitação entre as duas favoritas e ganhou segundos que poderão vir a ser preciosos no final.

Reusser continuou: “Torna a corrida mais interessante, mas seria ainda mais interessante se a Demi tivesse ajudado no trabalho. É claro que Kasia ganhou algum tempo, mas ainda deve ser controlável. O dia naõ foi óptimo, nem péssimo. Foi apenas razoável”.

Tacticamente a Movistar optou por uma abordagem conservadora. “Para nós, era perfeitamente aceitável deixar passar uma fuga, pois assim os segundos de bonificação já não estariam em jogo, incluindo os da meta. Desde que a fuga não ganhasse por mais de oito minutos, estava tudo bem. Marcámos o ritmo nas subidas, mas de resto, deixámos a corrida desenrolar-se.”