Ex-diretor desportivo aponta falta de estratégia a Pogacar: “Ele está a atingir o seu limite"

Ciclismo
quarta-feira, 23 abril 2025 a 14:30
pogacar
Apesar de Tadej Pogacar ser, para muitos, o ciclista mais dominante dos últimos anos, há quem aponte espaço para evolução — não nas pernas, mas na forma como lê as corridas. É o caso de Herman Frison, antigo diretor desportivo da Lotto, que considera que o esloveno, por vezes, corre de forma demasiado instintiva e pouco estratégica.
Em entrevista ao Het Nieuwsblad, Frison usou como exemplo o momento decisivo da Amstel Gold Race 2025, onde Pogacar respondeu de imediato a um ataque de Julian Alaphilippe. “Ele não precisava de responder àquele ataque. E, se o ia fazer, devia ter tentado manter o Alaphilippe com ele durante mais tempo”, observa Frison. “Conhecem o ditado de De Cauwer: ‘Come primeiro do prato dos outros, depois do teu’. Mas o Pogacar vai sempre direto para o seu próprio prato. E, por vezes, paga o preço por isso.”
Ainda que a crítica surja depois de mais uma exibição sólida do ciclista da UAE Team Emirates - XRG, Frison acredita que esta abordagem instintiva não será sustentável a longo prazo. “Ele é tão forte que raramente tem de pensar em como ganhar. Desde pequeno que é assim, e continua a aplicar isso no profissionalismo. Pelo que sei, até nos treinos é igual — lidera tudo do início ao fim.”
Para Frison, a impressionante carga de competição acumulada por Pogacar nos últimos anos poderá começar a ter impacto: “Esse tipo de esforço acumula-se. Acho que ele está a atingir o seu limite, e é aí que precisa de começar a correr de forma mais inteligente.” E conclui com um aviso: “Durante a corrida, claro que os ciclistas fazem o que acham melhor, mas se ele ataca a 40 km da meta, alguém no carro da equipa devia ter coragem para lhe dizer que não é o momento certo.”
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