Fabian Cancellara prevê um ataque de longe de Mathieu van der Poel na Volta à Flandres: "Pode ser que seja assim que ele se defenda."

Não há dúvidas sobre quem entra na Volta à Flandres de 2024 como favorito... Mathieu van der Poel. No entanto, com essa posição vem uma pressão extra, algo que Fabian Cancellara conhece bem.

"A situação do Mathieu antes desta Flandres é semelhante à minha em 2011, quando estava com a Leopard. Eu era o favorito e o peso da corrida estava na minha equipa", escreve a lenda do ciclismo suíço numa coluna para a Cycling News. "À medida que o dia avançava, fui perdendo gradualmente os meus companheiros de equipa, por isso disse a mim mesmo que a melhor defesa era simplesmente atacar. Fui muito cedo com Sylvain Chavanel e, quando nos apanharam no Muur, fomos de novo na fuga, mas desta vez com Nick Nuyens. O resto é história. Nuyens ganhou a corrida e talvez algo assim também possa acontecer no domingo."

Embora atacar cedo não tenha funcionado para Cancellara há mais de uma década, o agora chefe da Tudor Pro Cycling Team prevê que o campeão do mundo tente uma tática semelhante este ano e, conhecendo a história de van der Poel, se ele atacar de longe poderá ter uma vitória a solo espetacular.

"As outras equipas vão pensar em como enfrentar Van der Poel. Vão estar a ponderar se vão na primeira ou na segunda subida do Kwaremont, e assim por diante. Mas, ao mesmo tempo, todos sabem que o próprio Mathieu tem potencial para sair mais cedo", analisa Cancellara. "Pode ser que seja assim que ele se defenda. Talvez até possa partir de Koppenberg. Vai ser uma corrida intrigante."

"Podemos acabar com uma corrida de antecipação, em que os ciclistas que são fortes, mas não necessariamente os principais favoritos para a Flandres - pessoas como Oier Lazkano, Stefan Küng, Alberto Bettiol ou talvez até Matteo Trentin - podem tentar ir mais cedo do que o normal para ficar à frente de Van der Poel", conclui. "Agora, Mathieu é tão bom que pode decidir segui-los ele próprio. Ele mostrou nas duas últimas corridas que não tem medo de ir mais cedo, mas continua a ser uma grande decisão tática a tomar. Mentalmente, vai ser um grande, grande jogo".