Geraint Thomas sobre David Rozman, a ligação da Team Sky a um potencial escândalo de dopagem: "Fiquei chocado com a forma como se espalhou"

A Team Sky foi a grande dominadora das Grandes Voltas durante a década de 2010 e, por isso, a recente notícia sobre David Rozman, um dos elementos-chave da equipa, gerou grande repercussão. Rozman terá tido ligações com Mark Schmidt, envolvido na Operação Aderlass, um dos mais recentes escândalos de doping do ciclismo profissional. A revelação surgiu durante uma investigação ainda em curso, levantando críticas sobre o momento e a forma como a informação foi divulgada.

Geraint Thomas, antigo vencedor da Volta a França, expressou reservas quanto à divulgação a meio do processo e mostrou-se crítico em relação à resposta da equipa.

"Não foi muito bom, a forma como a equipa lidou com a situação. Mas é difícil encontrar um médico que tenha estado no ciclismo durante muito tempo. Não estou a dizer que todos são duvidosos, mas se alguém está no desporto há 15 anos, a probabilidade de alguma ligação é elevada", afirmou Thomas em declarações ao The Guardian.

Os contactos de Rozman com Schmidt remontam a 2012, ano em que a equipa britânica conquistou e dominou a Volta a França, com Bradley Wiggins e Chris Froome a terminarem em primeiro e segundo lugar, respetivamente. Após a divulgação das alegações, Rozman foi afastado da Volta a França deste ano, embora faça parte da equipa há mais de uma década.

A resposta da INEOS foi limitada, reiterando a política de tolerância zero e confirmando a colaboração com as autoridades, mas sem medidas imediatas ou pormenorizadas.

"Tem sido difícil, todas estas situações ao longo dos anos com a equipa. Mas, como ciclistas, só nos podemos preocupar connosco e com a próxima corrida", comentou Thomas, referindo-se ao impacto das notícias na equipa e no pelotão.

O britânico mostrou ainda surpresa com a rapidez da propagação da notícia e a atenção mediática: "Não me surpreende que ele conhecesse um médico que acabou por ser suspeito. Mas conhecer alguém não significa ser culpado. Fiquei chocado com a forma como se espalhou e com a má publicidade que recebeu".

Thomas salientou também que a INEOS parece ser alvo de maior escrutínio do que outras equipas do World Tour, mesmo quando estas possam ter ligações semelhantes. "Penso que poderia ter sido analisado sem vir a público. Se olharmos para outras equipas, certamente surgiriam questões semelhantes. Mostra que temos um padrão diferente do de muitas outras equipas", concluiu.