Giro, Tour e Vuelta com 23 equipas: A UCI aprova novo modelo e alarga número de wildcards

Ciclismo
terça-feira, 01 abril 2025 a 16:34
tompidcock

A União Ciclista Internacional (UCI) anunciou esta manhã uma alteração significativa no número de equipas participantes nas Grandes Voltas — Volta a Itália, Volta a França e Volta a Espanha — que passará a ser de 23 formações, em vez das habituais 22. A medida representa uma mudança importante na política de wildcards e no equilíbrio entre equipas World Tour e ProTeams.

"O Comité de Direção da UCI aprovou o pedido apresentado pelo PCC para aumentar o número de equipas que participam nas Grandes Voltas masculinas para 23 a partir deste ano", lê-se no comunicado oficial.

Até aqui, o modelo previa a participação automática das 18 WorldTeams, acompanhadas pelas duas melhores UCI ProTeams da época anterior — com convite obrigatório — e duas equipas adicionais escolhidas livremente pelos organizadores. Agora, os organizadores passam a poder atribuir três wildcards por sua escolha, o que abre a porta a uma maior diversidade no pelotão.

Mais espaço para as ProTeams

Embora as duas equipas ProTeam mais bem classificadas possam recusar o convite, esse cenário raramente se verifica. Assim, com mais um lugar disponível, espera-se que as corridas fiquem mais abertas e animadas, e que o processo de escolha de wildcards se torne mais alargado, dado o número crescente de formações de qualidade no segundo escalão do ciclismo profissional.

No caso da Volta a Itália 2025, por exemplo, para além da habitual presença da Israel – Premier Tech e da VF Group - Bardiani CSF - Faizanè, tudo indica que a Team Polti – VisitMalta, bem como Tudor Pro Cycling Team e Q36.5 Pro Cycling Team, também estarão presentes - uma realidade que até agora implicaria uma escolha difícil entre estas últimas. A nova regra permite que todas marquem presença na Corsa Rosa, potenciando ainda mais o espetáculo.

Uma decisão estratégica

A UCI justifica a decisão com a necessidade de apoiar o crescimento sustentável das UCI ProTeams:

"Os argumentos apresentados para aceitar esta proposta baseavam-se principalmente na necessidade de apoiar as equipas da segunda divisão, permitindo simultaneamente aos organizadores reforçar o alinhamento da sua corrida e dar aos ciclistas das equipas adicionais a oportunidade de competir numa Grande Volta."

Embora se espere alguma reação — sobretudo por parte de quem questiona o desequilíbrio orçamental entre WorldTeams e ProTeams - a medida é, em princípio, bem recebida por quem defende corridas mais imprevisíveis e abertas, com equipas mais pequenas a desafiarem as estruturas dominantes.

O que pode mudar?

Com 23 equipas no alinhamento, cada etapa terá mais corredores, o que poderá gerar maior intensidade, mas também mais risco em momentos técnicos, como sprints e zonas de vento. Em contrapartida, há maior espaço para fugas bem-sucedidas, ciclistas em busca de visibilidade e narrativas inesperadas.

No plano desportivo, esta decisão também pode trazer nomes de peso ao Giro, como Tom Pidcock, Julian Alaphilippe ou Marc Hirschi, cujas equipas poderiam ter ficado de fora com o modelo anterior.

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