Pedersen imita 'os grandes' e vence a solo a Gent Wevelgem: “Não esperem que eu faça isto sempre. Funciona uma vez num milhão”

A vitória de Mads Pedersen este domingo na Gent Wevelgem foi, sem margem para dúvidas, uma das mais impressionantes da sua carreira. Já era apontado como um dos homens mais fortes que estavam presentes na prova, e o dinamarquês não se escondeu atrás da sua fama — confirmou-a na estrada, com uma exibição dominante que o levou a vencer isolado, com um pelotão com nomes fortes. Um feito ao estilo de Mathieu van der Poel ou Tadej Pogacar, mas desta vez com assinatura própria.

"Nem sempre penso no Mathieu quando estou na bicicleta", disse Pedersen ao WielerFlits após a chegada. "Ganhar não é fácil, mesmo quando ele não está. Continuamos a correr a toda a velocidade. Por isso, não senti falta dele, não."

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Um ataque com intenção — e sem medo

A estratégia do dinamarquês ficou clara desde cedo: evitar uma chegada compacta e arriscar com ataques sucessivos. "Queríamos evitar um final complicado. Não é que seja fisicamente mais fácil, teria ficado contente por disputar o sprint com cinco ou seis. Mas quisemos antecipar as coisas."

Depois de um desempenho muito sólido na E3 Saxo Classic, Pedersen mostrou-se confiante e agressivo na Gent Wevelgem. Atacou várias vezes até deixar o pelotão para trás e, na penúltima passagem pelo Kemmelberg, deixou para trás os restantes fugitivos. Beneficiando de um vento de costas na aproximação a Wevelgem, conseguiu resistir à perseguição que lhe era feita e conquistou a prova pela terceira vez, um feito raro e de grande prestígio.

A inspiração de Pogacar — com cautela

Pedersen não esconde que a sua abordagem ao dia foi, em parte, inspirada pelo estilo de correr de Tadej Pogacar, com quem se cruzará na Volta à Flandres e na Paris-Roubaix.

"É definitivamente mais fácil para alguém como o Tadej ir sozinho. Não é por acaso que ele faz isso em todas as corridas. Ele não precisa de pensar em táticas ou ataques finais, porque teria de fechar os espaços de qualquer forma. Ir sozinho, para ele, é até mais simples."

Mas o dinamarquês sabe que nem todos os dias são iguais — e que este tipo de movimentações não é sustentável como plano recorrente. "Não esperem que eu faça isto sempre. Funciona uma vez num milhão."

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