Giulio Pellizari tornou-se a aposta da Red Bull no Giro. Até onde o seu estilo ofensivo, contrastante com Roglic, o pode levar na geral?

Não está a ser a melhor das edições do Giro para a Red Bull - BORA-Hansgrohe, com os abandonos de Primoz Roglic e Jai Hindley e a má forma física de Daniel Martínez, contudo, há um raio de luz para a formação alemã. Giulio Pellizzari, que chegou com funções de gregário, está a ser a grande surpresa da competição.

Mesmo com Roglic em prova, o italiano foi sempre o único a conseguir acompanhar o esloveno nas montanhas, mantendo-se ainda por perto na classificação geral. Sem Roglic, o jovem de 21 anos passou a ter total liberdade e ontem fez uma etapa espetacular.

Com o seu estilo habitual ofensivo, arrancou do grupo dos favoritos na última subida do dia, a 11km do fim, e não teve resposta, concluindo o dia em 3º lugar, apenas atrás dos dois homens da XDS Astana Team. Este desempenho fê-lo escalar lugares na geral, entrando no top 10, em 9º lugar. Até onde pode ir?

Hoje já não terá a mesma liberdade de ontem, mas tem a motivação, as pernas e o público do seu lado, público esse que conquistou na Volta a Itália de 2024, quando andou por diversas ocasiões em fuga, somou dois top 10 e foi segundo na montanha, apenas atrás de Tadej Pogacar.

Mais mais importante que estes fatores, é o instinto ofensivo, que o próprio revelou numa entrevista ao site oficial da Red Bull, comentando um ataque no campeonato do mundo de Zurique, a 61km do fim, contrastando com o estilo do seu líder Primoz Roglic, conhecido por ser um ciclista dos finais de etapa e de um só tiro.

Pellizzari pode muito bem ser a melhor opção dos italianos na geral, face à quebra de Antonio Tiberi ontem, à veterania de Damiano Caruso e ao abandono de Giulio Ciccone. Com o devem ter colocado no top 10 antes da corrida, mas, neste momento, poucos acreditarão que pode ficar fora dele.