A Volta à Itália tem sido palco de alguns dos episódios mais emocionantes e inesquecíveis do ciclismo moderno. De ataques a solo históricos a gestos de companheirismo comoventes, a Corsa Rosa celebra tudo o que há de mais puro e arrebatador no desporto. Às portas da edição de 2025, revisitamos momentos que marcaram a história recente da prova, com protagonistas como
Tadej Pogacar,
Chris Froome,
Primoz Roglic, Jai Hindley, Mark Cavendish e Egan Bernal.
Pogacar arrasa na Etapa Rainha (2024)
2024 foi o ano de Tadej Pogacar, que na sua estreia na Corsa Rosa não deu hipótese: venceu seis etapas, dominou a classificação geral e conquistou a sua primeira camisola rosa com quase 10 minutos de vantagem.
O ponto alto foi a Etapa 15, a temível Etapa Rainha, com 222 km e 5.751 metros de desnível acumulado, passando pelo Colle di San Zeno, Passo del Mortirolo e Passo di Foscagno, terminando em altitude em Livigno.
Pogacar atacou no Foscagno, apanhou e ultrapassou Nairo Quintana, que liderava isolado, a apenas 2 km da meta. Venceu com 29 segundos de vantagem, com Georg Steinhauser em terceiro a 2:32. Os restantes favoritos chegaram quase três horas depois. Uma exibição imperial que confirmou: o Giro foi o recreio de Pogacar.
Tadej Pogacar esteve em grande plano no Giro de 2024
Roglic destrona Thomas no contrarrelógio final (2023)
A edição de 2023 ofereceu um dos desfechos mais dramáticos da última década. Geraint Thomas parecia ter a vitória na mão, mas Primoz Roglic escreveu uma história diferente na etapa 20, um contrarrelógio em subida decisivo.
Com 26 segundos de desvantagem, Roglic voou pela montanha, venceu a etapa com 40 segundos de vantagem, e assumiu a liderança da geral com 14 segundos sobre Thomas. Tudo isto apesar de um problema mecânico — a corrente saltou na subida.
Foi um momento de redenção para Roglic, que em 2020 perdera a Volta a França para Pogacar num contrarrelógio semelhante. Em 2023, a história inverteu-se: a camisola rosa era sua.
Thomas lança Cavendish para a vitória (2023)
No dia seguinte, a emoção continuou, mas por razões muito diferentes. Num gesto memorável de amizade e desportivismo, Geraint Thomas lançou o sprint para Mark Cavendish na última etapa, em Roma.
Thomas colocou o seu compatriota numa posição ideal e Cavendish não desperdiçou: conquistou a sua 17.ª vitória de etapa no Giro, naquele que seria o seu último sprint na Corsa Rosa.
“Esta vitória é muito especial. A imagem é perfeita,” disse Cavendish.
Hindley conquista a rosa para a Austrália (2022)
Jai Hindley escreveu história em 2022, ao tornar-se o primeiro australiano a vencer o Giro. Depois de um duelo tenso com Richard Carapaz, tudo se decidiu na etapa 20, na subida para a Marmolada.
Hindley atacou e isolou-se, ganhando 1 minuto e 25 segundos a Carapaz, o suficiente para segurar a camisola rosa no contrarrelógio final e garantir um triunfo histórico. Em 2025, regressa ao Giro como escudeiro de Roglic na Red Bull – BORA – hansgrohe.
Bernal brilha na gravilha de Campo Felice (2021)
O colombiano Egan Bernal deu espetáculo em 2021, na etapa 9, terminando com uma impressionante subida de gravilha até Campo Felice.
Num dia com sete subidas e 3.400 metros de desnível, Bernal atacou no último quilómetro e ultrapassou os últimos fugitivos com uma explosão de potência. Venceu com sete segundos sobre Giulio Ciccone e assumiu a liderança da geral.
“Nem sabia onde estava a meta, tal foi o foco. Dei tudo,” confessou Bernal, que acabaria por conquistar o Giro.
Conseguirá Bernal levar a luta até Roglic este ano?
A jogada lendária de Froome no Finestre (2018)
Chris Froome protagonizou um dos maiores ataques da história recente do ciclismo em 2018, ao lançar um raid a solo de 80 km na etapa 19, recuperando três minutos para assumir a liderança da geral.
Com passagens pelo Colle delle Finestre, Froome atacou cedo e venceu isolado em Bardonecchia, enquanto o então líder Simon Yates desmoronava