Hinault sobre Pogacar em Roubaix: “Se ele quiser, vai ganhar”

Ciclismo
quinta-feira, 27 março 2025 a 11:00
bernard hinault

A tão aguardada estreia de Tadej Pogacar na Paris-Roubaix foi confirmada esta semana, marcando um novo e audaz capítulo na já notável carreira do Campeão do Mundo. A sua presença no Inferno do Norte faz dele o primeiro vencedor da Volta a França a alinhar na clássica desde Greg LeMond, em 1991.

Entre os muitos que aplaudiram esta decisão, um nome destaca-se: Bernard Hinault. O lendário francês, vencedor das três Grandes Voltas e de vários monumentos, mostrou-se particularmente entusiasmado com a escolha de Pogacar.

“Fi-lo na altura porque usava a Camisola Arco-Íris e queria honrá-la. E quem é o campeão do mundo agora?”, questionou Hinault em entrevista ao Le Parisien. “Se ele meter na cabeça que quer ganhar Roubaix, então vai ganhar.”

Risco? “Cair pode acontecer em qualquer lado”

Conhecida pela sua dureza e imprevisibilidade, a Paris-Roubaix é frequentemente marcada por quedas, furos e incidentes mecânicos. Mas Hinault, que conhece bem os perigos da corrida, minimiza esses receios:

“Uma queda pode acontecer a qualquer momento. E quem me garante que ele vai cair? No final, é o próprio Pogacar quem decide. Se ele quer correr em Roubaix, então devem deixá-lo fazê-lo.”

Espírito à antiga: Pogacar como herdeiro de Merckx e Hinault

O cinco vezes vencedor da Volta a França identifica-se com o estilo ofensivo de Pogacar, comparando-o a si próprio e ao mítico Eddy Merckx:

“Ele é o que está mais próximo de mim e do Merckx. Ataca, tanto nas subidas como nas planícies. Corre em Grandes Voltas e Clássicas. É por isso que gostamos dele — é um ciclista que ataca e diz para si mesmo: ‘Vamos ver no que dá’.”

Hinault aproveitou ainda para elogiar a mentalidade despreocupada e apaixonada do esloveno, em contraste com o que considera ser uma abordagem excessivamente calculada por parte de outros ciclistas do pelotão atual:

“A certa altura chamaram-me velho idiota por dizer que também se pode ganhar a atacar de longe. E que era mais bonito de ver. Pogacar está a provar isso agora. Para ele, o ciclismo é um desporto de que gosta. Para outros, é só um trabalho — pensam demasiado. Pogacar não ouve ninguém. Se quer ter Roubaix na sua lista de conquistas, então tem de ir atrás disso.”

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