"Impressionante o facto de ele ser tão forte tão cedo" - Prodígio dinamarquês da Lidl-Trek deslumbra o pelotão

Albert Philipsen continua a surpreender o mundo do ciclismo. O jovem dinamarquês de apenas 19 anos completou a sua primeira temporada no escalão de elite e já deixou os compatriotas Rasmus Wallin e Andreas Stokbro rendidos ao seu talento. Na emissão da Radio Tour - In Breakaway, apresentada por Anders Mielke, ambos destacaram o impacto imediato do prodígio da Lidl-Trek, que encerrou um impressionante outono com resultados dignos de um ciclista consagrado.

Philipsen terminou em segundo lugar na Tre Valli Varesine, décimo no Giro dell’Emilia e terceiro no Paris-Tours, uma sequência que consolidou o seu estatuto como uma das grandes promessas do ciclismo internacional. O seu desempenho em provas tão distintas tornou-se um dos temas mais discutidos do final de temporada e prenuncia uma estreia completa no WorldTour em 2026 com expectativas em alta.

Rasmus Wallin reconheceu a dimensão do fenómeno. "Começamos a sentir-nos um pouco velhos quando ele (Albert Philipsen) produz resultados como estes", admitiu. "Acho impressionante o facto de ele ser tão forte tão cedo. É também um sinal muito bom para o ciclismo dinamarquês nos próximos anos".

A maturidade competitiva de Philipsen não passou despercebida entre os colegas. O jovem combina potência de subida, capacidade táctica e frieza em finais de corrida com a segurança de quem já domina o pelotão.

Andreas Stokbro, que partilhou o pelotão com Philipsen no Paris-Tours, enquanto corria pela Unibet Tietema Rockets, testemunhou em primeira mão o seu desempenho. "O terceiro lugar foi muito impressionante, especialmente depois do Giro dell’Emilia, que é talvez mais sobre força pura", explicou.

"O Paris-Tours é também uma corrida difícil, mas é preciso ser-se muito forte na luta pelas posições e também muito bom tecnicamente. O facto de ele poder estar lá em cima tanto no Giro dell’Emilia como no Paris-Tours mostra realmente o quão vasta é a sua gama".

Essa versatilidade, a capacidade de se adaptar a percursos montanhosos e a corridas planas e técnicas, é precisamente o que tem feito de Philipsen um caso raro. A sua combinação de potência e inteligência tática, somada a uma compostura que não condiz com a idade, tem alimentado comparações com grandes nomes que chegaram cedo ao topo.

Apesar do entusiasmo, Wallin pediu moderação no entusiasmo precoce. "É sempre difícil prever a evolução e se ela pára de repente, por isso ele continua a ser um ciclista muito bom, mas não chega ao topo. Já vimos isso antes", afirmou. "Mas acredito muito nele e acho que ele pode tornar-se muito, muito bom".

Com a Lidl-Trek determinada em proporcionar-lhe tempo, estrutura e liberdade para evoluir, Albert Philipsen entra em 2026 com um estatuto raro: o de um ciclista que ainda é elegível para a categoria sub-23, mas que já compete e convence entre os melhores do mundo.