INEOS Grenadiers: os 5 triunfos que marcaram uma época difícil em 2025

Ciclismo
sexta-feira, 14 novembro 2025 a 16:30
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A época de 2025 terminou e o balanço da INEOS Grenadiers está longe de ser brilhante. A formação britânica acabou por segurar com dificuldade um lugar no Top 5 do ranking de pontos UCI 2023-2025, um sinal claro das dificuldades que tem enfrentado para acompanhar o ritmo das principais equipas do World Tour. Ainda assim, com 28 vitórias, houve momentos relevantes que merecem destaque. A seguir, revisitam-se os triunfos mais significativos do ano para a estrutura britânica.

5. Domínio nos campeonatos nacionais

Mais do que um triunfo isolado, este capítulo traduz o impacto que a equipa conseguiu nos campeonatos nacionais, sobretudo nos contrarrelógios. Cinco vitórias consecutivas nos “nacionais”, apesar de uma das provas ter tido lugar um mês antes, deram à INEOS um importante impulso na fase intermédia da temporada, demonstrando que o investimento continuado nesta disciplina continua a produzir resultados, mesmo com ciclistas que não fazem parte do topo hierárquico da formação.
Artem Shmidt surpreendeu ao conquistar o título nos Estados Unidos da América, enquanto o jovem Michael Leonard fez o mesmo no Canadá, ambos com desempenhos acima das expectativas. Na Europa, Filippo Ganna voltou a reafirmar o seu domínio absoluto nos contrarrelógios em Itália, ao passo que Bob Jungels e Tobias Foss asseguraram os títulos de Luxemburgo e Noruega, respetivamente. É possível, contudo, que nenhum destes nomes represente a equipa em 2026.

4. Magnus Sheffield brilha na Paris-Nice

Magnus Sheffield tem evoluído de forma consistente para se tornar num ciclista extraordinariamente completo. É capaz de assumir funções de trabalho, mas também de liderar quando está no seu melhor nível, seja em esforços individuais, clássicas, fugas ou até em terreno montanhoso. Na Paris-Nice, assinou talvez a melhor exibição da carreira em subida.
A sua sexta vitória da época surgiu numa etapa extremamente exigente no sul de França, num daqueles dias caóticos e típicos das colinas em torno de Nice. Com uma fuga perigosa na frente, a INEOS assumiu o controlo com Thymen Arensman na Côte de Peille, mas, após o topo, mudou o plano: Sheffield atacou. Apanhou Mads Pedersen, Alexander Vlasov e Felix Gall, que já estavam adiantados, e, a partir daí, impôs um ritmo demolidor nas duas últimas subidas.
Resistiu ao forcing de Matteo Jorgenson, que viria a vencer a classificação geral e, num final impressionante, conquistou a etapa, superando até Florian Lipowitz, que fechou depois o pódio da Volta a França.
Sheffield venceu a etapa final do Paris-Nice. @Imago
Sheffield venceu a etapa final do Paris-Nice. @Imago

3. O regresso de Egan Bernal às vitórias

Egan Bernal continua a ser um dos ciclistas mais queridos do pelotão. Depois da queda brutal no início de 2022, o seu regresso aos triunfos era aguardado com enorme expectativa. Voltou a vencer nos campeonatos nacionais da Colômbia, mas faltava celebrar novamente numa grande corrida WorldTour, algo que finalmente aconteceu na Vuelta.
Na etapa 16, sem que nada o fizesse prever, Bernal sprintou para a vitória ao sopé da subida final, numa estrada interior da Galiza. O colombiano já tinha saído da luta pela geral, mas encontrara as melhores pernas e integrou a fuga vencedora. A neutralização da meta devido a protestos obrigou a organização a antecipar a linha de chegada para o fundo da última subida, onde Bernal venceu um sprint peculiar frente a Mikel Landa. Foi o seu primeiro triunfo World Tour em mais de quatro anos.

2. Ben Turner, a metamorfose para sprinter

A evolução de Ben Turner é um dos fenómenos mais interessantes dentro da INEOS. Recrutado em 2022, proveniente da Trinity Racing e com forte passado no ciclocrosse, Turner foi-se afirmando como homem de clássicas e corredor polivalente. Mas, em 2025, abriu-se um novo capítulo: a transformação num sprinter competitivo.
Com a ausência de um velocista puro, e após a curta passagem de Caleb Ewan, Turner foi sendo testado em finais rápidos. Mostrou indícios no início da temporada, aproximando-se de Alexander Kristoff na Volta à Andaluzia. No Giro, fez terceiro num sprint em pelotão compacto, sinal de que estava a ganhar confiança.
Na Volta à Polónia, confirmou o potencial: venceu a 3.ª etapa em subida e foi segundo nas duas seguintes, apenas atrás de Paul Magnier e Matthew Brennan. E, na Volta a Espanha, assinou a vitória mais importante da carreira ao bater Jasper Philipsen num sprint técnico em Voiron, no final da 4.ª etapa. Turner tornou-se uma solução de valor num terreno em que a INEOS não tinha respostas desde 2023.
Turner venceu a 4.ª etapa da Vuelta deste ano. @Sirotti
Turner venceu a 4.ª etapa da Vuelta deste ano. @Sirotti

1. Thymen Arensman derrota Pogacar e Vingegaard no Tour

O momento alto da temporada da INEOS chegou na Volta a França, pelas pernas de Thymen Arensman. Depois de perder tempo na primeira semana e ficar fora da luta pela geral, o neerlandês voltou a demonstrar que cresce ao longo das Grandes Voltas. Venceu primeiro a 14.ª etapa, em Superbagnères, a partir da fuga, numa jornada marcada pela abordagem conservadora da equipa da Emirates.
Mas o triunfo verdadeiramente marcante foi o da 19.ª etapa, para La Plagne, o último final em alto da edição. Sem depender de fugas, beneficiando do duelo tático entre Pogacar e Vingegaard, Arensman mostrou ser o mais forte na subida alpina. Bateu todos os favoritos, colocou tempo significativo em vários homens do Top 10 e assinou a melhor exibição de alta montanha da sua carreira.
Uma vitória que não só salvou o Tour da equipa, como pode redefinir o estatuto de Arensman dentro da estrutura britânica.
Arensman bateu Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard na última chegada em alto do Tour 2025 @Sirotti
Arensman bateu Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard na última chegada em alto do Tour 2025 @Sirotti
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