O ciclista português
Ivo Oliveira, da UAE Team Emirates – XRG, conquistou esta quarta-feira a sua primeira vitória com as cores da equipa ao vencer a 2.ª etapa do Giro d'Abruzzo, graças a um ataque poderoso lançado a 1,5 km da meta, que nenhum adversário conseguiu contrariar. O gaiense, visivelmente emocionado, não escondeu o orgulho pelo triunfo, que representa também o 13.º ciclista diferente da UAE a vencer em 2025.
“Ainda estou sem palavras. Tive muitos contratempos. Tenho trabalhado sempre para a equipa e consegui mesmo aproveitar esta oportunidade”, começou por dizer Ivo, radiante com o desfecho.
A estratégia inicial previa que a etapa fosse disputada ao sprint por Alessandro Covi, mas a leitura de corrida e a comunicação entre colegas permitiu a Ivo assumir o risco no momento certo. “Era suposto esta etapa ser para o Covi. Falei com ele quando faltavam 4 quilómetros e disse-lhe para se manter na roda, que eu ia tentar antecipar-me e depois teríamos duas cartas para jogar.”
A resposta do colega de equipa não podia ter sido mais solidária. “Ele foi muito bom e muito simpático, e disse: ‘Sim, vai em frente. Não há problema.’”
O ataque surgiu a 1,5 km do fim, numa subida mais íngreme do que o esperado. “Acabei por fazer o meu último ataque. Foi um pouco mais duro do que eu pensava e, nos últimos 500 metros, já estava com pouca força... mas foi o suficiente e nem acredito. Estou tão emocionado.”
A vitória tem um significado especial para o português, que já se destacou por vitórias em contrarrelógio e no campeonato nacional, mas que ainda procurava vencer numa prova de estrada com a equipa. “Penso que, fora os contrarrelógios e, como sabem, a vitória no campeonato nacional, esta foi a minha primeira vitória na equipa numa prova de estrada, por isso estou super orgulhoso.”
Num momento de grande emoção, Ivo não esqueceu quem esteve sempre ao seu lado. “A equipa acreditou em mim. A minha família, a minha namorada — isto é para eles. Obrigado a eles.”
Sobre o ambiente dentro da UAE, o ciclista destacou o espírito de união. “Trabalhamos como uma família, e temos tantas opções.”
A chegada encaixava perfeitamente nas suas características de perseguidor potente. “Eu sei que tenho uma saída muito boa. É como fazer um esforço de perseguição individual de 4 km, e eu gosto muito deste tipo de chegada. O ritmo não era muito alto, por isso pude manter o controlo e consegui isso. Eu sei que, se tiver uma diferença de 100 metros, é muito difícil fecharem o espaço para mim, e felizmente estava a sentir-me bem.”
E concluiu, entre sorrisos e incredulidade: “Bem, não muito bem — a etapa estava no seu final. Mas estou muito orgulhoso, super feliz, super emocionado. Não acredito que acabei de fazer isto.”