A 7ª etapa da
Volta a Itália 2025 voltou a confirmar aquilo que o pelotão já suspeitava: a UAE Team Emirates – XRG é, de longe, a equipa mais poderosa da corrida. Mas com essa força vem também o peso da marcação cerrada, como descobriu
Jay Vine no início da jornada, ao tentar colocar-se na fuga do dia - sem sucesso, devido à vigilância apertada das equipas rivais.
"O plano para esta manhã era bastante claro - atacar na primeira subida, tentar entrar na fuga e tentar ganhar a etapa”, escreveu o australiano numa publicação no Instagram. "Mas tornou-se óbvio que o pelotão não ia deixar que isso acontecesse. Algumas equipas não gostaram de ver a nossa camisola na frente hoje, e às vezes é assim que acontece".
Com o plano A bloqueado, Vine adaptou-se ao papel de gregário de luxo, colocando-se ao serviço dos líderes da equipa na difícil subida até Tagliacozzo. A estratégia deu frutos:
Juan Ayuso venceu a etapa com um ataque explosivo, e
Isaac del Toro garantiu o segundo lugar, consolidando uma dobradinha que reforça o domínio da formação dos Emirados na corrida.
“Assim que a porta se fechou, o foco mudou - ajudar a equipa tanto quanto possível e garantir que estávamos numa boa posição para o final”, explicou Vine. "Estou muito orgulhoso da forma como o grupo se uniu hoje. Muitos parabéns ao Juan e ao Isaac. Que corrida deles!"
Com sete etapas concluídas, a UAE Team Emirates – XRG tem três ciclistas no top 10 da geral, um controlo absoluto sobre os momentos decisivos e, agora, uma crescente moral interna. Vine, sempre pragmático e positivo, reforçou esse sentimento:
"Já está um terço do Giro feito. As pernas estão a funcionar bem, o moral está elevado e ainda há muitas corridas pela frente. Este grupo tem mais para dar. Estou ansioso pelas próximas etapas - vamos continuar a lutar, um dia de cada vez".
Nos próximos dias, com as etapas de sterrato e alta montanha no horizonte, tudo indica que a UAE terá não só os recursos, mas também a profundidade de equipa necessária para gerir múltiplos cenários de corrida. E com corredores como Jay Vine dispostos a mudar de plano em segundos, o poder coletivo da formação árabe continua a ser a arma mais temida do Giro.