Johan Bruyneel: "O Pidcock não está contente na INEOS, a INEOS não está contente com Pidcock, querem-se livrar do contrato milionário dele"

A saga de Tom Pidcock com a INEOS Grenadiers continua e não se sabe ainda como irá terminar. O britânico está atualmente em conversações com várias equipas para deixar a equipa com a qual as relações se deterioraram, mas não é certo se ou para onde irá. Johan Bruyneel e Spencer Martin falaram sobre um dos temas mais quentes do momento.

"Ouvi de alguém muito bem informado que eles estavam a tentar encerrar o processo o mais rapidamente possível. Por isso, o facto de não estar encerrado significa que há potencialmente outros pretendentes que apareceram", disse Spencer Martin no podcast "The Move". Esta semana, foi noticiado que a equipa britânica estaria disposta a pagar parte do salário do ciclista, mesmo que Pidcock fosse para outra equipa, mas o jornalista Daniel Benson argumentou que esse acordo foi por água abaixo e que, atualmente, o mais provável é que ambas as partes permaneçam juntas na época de 2025.

"Tanto quanto sei, não há nada de novo", respondeu Johan Bruyneel. "Os rumores existem e é óbvio que ouvimos dizer que houve conversações. Continuo a manter a minha posição da semana passada: Pidcock não está satisfeito com a INEOS, a INEOS não está satisfeita com Pidcock, querem-se livrar do contrato milionário dele e estão à procura de soluções. A Q36.5 disse que estava interessada, a questão é saber até que ponto estão ansiosos por o contratar e até que ponto estão ansiosos por pagar muito dinheiro por ele. Provavelmente não será a totalidade do seu contrato, mas penso que é a mesma situação".

É uma decisão difícil, uma vez que, segundo os rumores, Pidcock tinha um contrato de 4 milhões de euros por época e mesmo que esse valor baixasse, continuaria a ser um encargo significativo para qualquer equipa. Além da Q36.5, há mais algumas equipas em conversações e certamente a Red Bull - BORA  - hansgrohe será uma delas, tendo em conta a ligação com o patrocinador, mas também a melhoria da situação financeira da equipa, que permitiu contratar excelentes ciclistas durante a anterior e a actual época de transferências

"O que eu li no entanto, é que há outros candidatos interessados em Tom Pidcock", disse o antigo profissional. "Como já disse ele é um dos maiores talentos do ciclismo. Li também uma notícia de um jornal belga [...] um ciclista profissional anónimo que deu informações a um jornal. Esta pessoa, que não sei quem é, é um ciclista que está no activo, disse que o rumor no pelotão é que Tom Pidcock é uma pequena ilha dentro da equipa".

Bruyneel explica algo que já parecia bastante claro antes da Volta a França, quando Pidcock disse que iria fazer o que lhe competia e não seria a equipa a dizer-lhe qual seria o seu papel nas etapas ou na corrida. Este parecia ser um passo negativo na relação e, apesar de ter ganho a corrida de BTT dos Jogos Olímpicos, teve dificuldade em mostrar resultados na estrada. Depois, quando parecia que podia mostrá-los, a direção da equipa por razões pouco claras, retirou-o do alinhamento para a Il Lombardia, onde deveria liderar a equipa.

"Ele está a trabalhar sozinho, tem um mecânico pessoal, um médico pessoal, uma pessoa para tudo. No ano passado no final da época, e isto pode ter sido o início do problema, a INEOS não permitiu que o Pidcock fosse fazer provas de BTT para o Canadá. Aparentemente eles foram muito claros e ele ignorou essas instruções e foi na mesma. Foi aí que a relação se começou a tornar conflituosa. De momento vou continuar a acreditar que o Tom Pidcock vai para a Q36.5. É esse o meu instinto."