"Jonas perguntou no rádio se alguem o podia lançar" - Matteo Jorgenson fala sobre o ataque de Vingegaard na 9ª etapa da Vuelta

Ciclismo
segunda-feira, 01 setembro 2025 a 10:30
Vingegaard
A 9ª etapa da Volta a Espanha 2025 foi um exercício perfeito de xadrez tático aliado à força bruta. No final, Jonas Vingegaard voltou a demonstrar porque é considerado um dos melhores trepadores do mundo, lançando um ataque devastador na subida final. Um movimento que surgiu de uma chamada improvisada no rádio e de uma resposta instantânea de Matteo Jorgenson.
“Alguém pode lançar-me?”, pediu Vingegaard pelo rádio, num momento de pura intuição. Jorgenson não hesitou: “Agora mesmo? Então vou!”, recordou após a etapa. O norte-americano acelerou de imediato, abrindo caminho para o ataque fulminante do dinamarquês, que não mais olhou para trás até cortar a meta.

Da defesa ao contra-ataque

Curiosamente, o plano inicial da Team Visma | Lease a Bike era bem mais conservador. “Queríamos ser defensivos”, admitiu o diretor desportivo Grischa Niermann, em declarações ao Eurosport. “Esperávamos que a fuga resolvesse a etapa. Mas com a Lidl-Trek e a Q36.5 a puxar forte, tivemos de ajustar a estratégia.”
Foi nesse contexto que Vingegaard assumiu o risco. “Esta não era uma subida para esperar até ao fim”, explicou Niermann. “O Jonas sentia-se bem, pediu liberdade e aproveitou o momento. Foi uma jogada perfeita.”

Um ataque… demasiado cedo?

O próprio Vingegaard admitiu uma pequena surpresa no momento decisivo. “Talvez não tenha feito o trabalho de casa suficientemente bem”, disse com um sorriso. “Quando arranquei pensei que estava mais perto da meta. Depois vi a placa dos 10 quilómetros e pensei: ‘Ups, agora tenho mesmo de continuar’.”
Apesar da distância ainda considerável, o dinamarquês manteve o ritmo, consolidando a sua posição entre os grandes favoritos. “Podemos ir para o dia de descanso com um sentimento muito positivo”, acrescentou.

O lançamento de Jorgenson

A colaboração entre Vingegaard e Jorgenson mostrou, mais uma vez, a profundidade do plantel da Visma. O norte-americano assumiu o papel de lançador, acelerando o ritmo de forma decisiva para que o bicampeão da Volta a França pudesse jogar a sua cartada. “Foi um dia fantástico”, resumiu Jorgenson. “Sinto que estamos a correr com confiança e com união. Isso faz toda a diferença.”

Vitória simbólica, mas cautela no horizonte

Embora a vitória da etapa tenha reforçado a moral da equipa, Niermann não deixou espaço para euforias. “Este triunfo dá confiança, claro. Mas os dias mais difíceis ainda estão por vir. A Vuelta está longe de estar decidida.”
Com o primeiro dia de descanso à porta, Vingegaard não só mostrou as pernas, como também a capacidade de improvisar e capitalizar o trabalho da sua equipa. Numa corrida onde cada detalhe pode decidir a Camisola Vermelha, a etapa 9 ficará como um exemplo de como a Visma transforma segundos de intuição em vitórias de classe.
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