Jorgenson na sombra de Vingegaard? A Visma pondera as suas armas para tentar travar Pogacar no Tour

Ciclismo
quarta-feira, 02 abril 2025 a 11:50
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A Team Visma | Lease a Bike chega à temporada de 2025 com uma missão clara: vingar a derrota na Volta a França do ano passado frente a um Tadej Pogacar em estado de graça. O esloveno dominou as três semanas da Grande Volta francesa com autoridade e sem mostrar quaisquer pontos fracos, deixando a formação neerlandesa em busca de novas estratégias. E uma das principais cartas pode muito bem ser Matteo Jorgenson.

O norte-americano, que já em 2024 demonstrou grande consistência e polivalência ao combinar prestações sólidas em corridas por etapas com um triunfo na Dwars door Vlaanderen, iniciou a nova época com uma vitória convincente no Paris-Nice — precisamente quando Jonas Vingegaard teve de abandonar com uma concussão.

A crescente proximidade de nível entre os dois corredores levanta uma questão inevitável: poderá a Visma entrar na Volta a França com uma liderança partilhada? Para já, a resposta oficial mantém-se cautelosa. Em declarações ao Feltet, o diretor desportivo Frans Maassen preferiu não alimentar cenários demasiado ambiciosos: "Não vou dizer nada sobre isso. Porque seria uma estupidez, especialmente na Dinamarca. Só há um Jonas Vingegaard, e ele é um ciclista excecionalmente bom. O Matteo pode ajudá-lo. Talvez como co-líder."

Apesar da precaução, a ideia de um Jorgenson com margem de manobra não é completamente descartada. Em 2024, o norte-americano já tinha terminado o Tour entre os dez primeiros e, com o impulso da vitória no Paris-Nice, poderá ambicionar mais. O papel de domestique de luxo parece quase garantido — mas com espaço para se afirmar caso a oportunidade surja.

A Visma prepara uma estrutura sólida para as montanhas, com Simon Yates e Sepp Kuss como gregários de elite, ao passo que Wout van Aert será mais uma vez o elo versátil que une a equipa em todas as frentes. Do outro lado, a Emirates terá um coletivo temível a apoiar Pogacar, mas a formação neerlandesa promete não ficar atrás.

"É uma vantagem para o Jonas o Matteo estar também no seu melhor. Isso pode ajudar a colocar pressão", admitiu Maassen. Ainda assim, o foco permanece claro: "Vingegaard e Pogacar são os dois grandes favoritos. Depois, vêm muitos outros bons ciclistas."

Mesmo que Jorgenson continue a impressionar nos próximos meses, parece pouco provável que a hierarquia interna mude — pelo menos oficialmente. "Ele está a dar passos importantes, sim. Mas o que o Jonas fez no ano passado foi incrível. O segundo lugar soube a vitória, e com uma preparação ideal, acredito que pode aproximar-se de Pogacar."

Resta agora perceber se a Visma poderá transformar essa aproximação em superação. E se Jorgenson poderá ser mais do que um escudeiro de luxo nas estradas francesas.

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