Estreia de Pogacar no Paris-Roubaix é “completamente lógica”, segundo Cyrille Guimard

Ciclismo
quarta-feira, 02 abril 2025 a 12:45
pogacar

A Paris-Roubaix deste ano promete ser uma das edições mais memoráveis da história recente, não apenas pela presença dos melhores especialistas em clássicas, mas também por acolher, pela primeira vez, o atual detentor da Camisola Arco-Íris e melhor ciclista do mundo: Tadej Pogacar.

Para Cyrille Guimard, ex-selecionador francês e figura histórica do ciclismo, a estreia do esloveno no “Inferno do Norte” não é uma surpresa — é, na verdade, um passo natural na sua evolução como corredor completo.

“Não me espanta. Neste inverno, ele já treinava nos paralelos, e não foi só para contar voltas enquanto via a Paris-Roubaix na televisão”, disse Guimard ao Cyclism’Actu. “A narrativa já estava escrita há algum tempo. É perfeitamente lógico que um ciclista com a habilidade técnica do Pogacar esteja presente em Roubaix.”

O francês recorda, aliás, a exibição do líder da UAE Team Emirates na etapa dos paralelos da Volta à França de 2022, onde Pogacar, apesar de não ter feito diferenças significativas na classificação geral, deixou uma impressão tática e técnica marcante. “Nessa etapa, partiu o pelotão em mil pedaços. E depois há a Strade Bianche — um terreno semelhante ao BTT ou ao ciclocrosse — onde ele já brilhou. Tem um domínio técnico da bicicleta acima da média: nas curvas, nas descidas, nunca se descontrola. É natural que Roubaix entre no seu calendário.”

A Volta à Flandres, que Pogacar venceu com autoridade, volta a ser o seu próximo desafio, onde reeditará o duelo com Mathieu van der Poel. No entanto, Guimard aponta que Roubaix é um jogo totalmente diferente. Sem subidas seletivas, o fator tático e o caos dos paralelos ganham destaque.

“Na Paris-Roubaix, nada é previsível. A corrida muda constantemente: furos, quedas, problemas mecânicos… a estratégia tem de se ajustar em permanência. Por vezes, até muda o líder em plena corrida”, explica Guimard, sugerindo que a UAE não colocará toda a pressão sobre Pogacar, sobretudo com nomes como Nils Politt ou Florian Vermeersch ao seu lado.

Ainda assim, o francês acredita que o estilo agressivo do esloveno o levará a antecipar-se aos rivais. “Mads Pedersen já apanhou o ‘vírus’: na Gent-Wevelgem atacou a mais de uma hora da meta… Quem nos garante que o vencedor da Paris-Roubaix 2025 não sai logo na Trouée d’Arenberg?”

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