A apenas um dia do final da
Volta à Suíça, a Arkéa - B&B Hotels está prestes a transformar uma temporada atribulada num sucesso inesperado. Kévin Vauquelin, que tem enfrentado inúmeros percalços ao longo do ano, completou sete dias de corrida sem falhas físicas nem erros táticos e, este domingo, poderá conquistar a primeira vitória World Tour da equipa francesa em 2025.
Desde a jogada estratégica na etapa inaugural, onde ganhou tempo precioso aos rivais diretos da geral, o francês tem demonstrado uma notável inteligência de corrida. Mostra-se sempre um passo à frente, gerindo os esforços com frieza e evitando riscos desnecessários, mesmo nas fases mais caóticas da corrida. A consistência tem sido a sua arma principal e hoje, na sétima etapa, voltou a fazer a diferença.
Com a camisola amarela vestida, Vauquelin foi novamente posto à prova. Na penúltima subida do dia, a mais longa da jornada alpina, teve de responder aos ataques incisivos de Felix Gall e
João Almeida. Manteve-se firme. Na subida final, a história repetiu-se: o francês não vacilou. Nos metros finais, ainda se lançou num sprint de longe, tentando surpreender os adversários e sonhar com a vitória na etapa. Quebrou nos derradeiros metros, mas garantiu o terceiro lugar e, mais importante, não cedeu tempo na estrada.
Kevin Vauquelin tentou surpreender de longe mas acabou batido por João Almeida (e também Oscar Onley) no sprint da 7ª etapa da Volta à Suiça
“Foi uma exibição perfeita. Lidamos bem com as duas subidas finais. Estou muito desiludido por não ter vencido, mas a equipa esteve impecável”, comentou Vauquelin no final da tirada. “Talvez tenha entrado um pouco em pânico”, admitiu, numa análise após a etapa ao seu sprint de longe.
Apesar do esforço, que o fez ficar completamente vazio no final da etapa, o gaulês mantem ainda 33 segundos de vantagem sobre João Almeida e segue no topo da classificação geral. A diferença é curta, sobretudo tendo em conta o contrarrelógio decisivo deste domingo, mas pode ainda ser suficiente caso o francês mantenha o nível demonstrado até aqui.
O dia final será, como o próprio descreveu, “uma batalha contra mim próprio”. Consciente do desafio, Vauquelin está preparado para ultrapassar os limites: “Vale tudo. Estou a contar sentir-me mal no final”, afirmou, ciente de que terá de suportar um esforço extremo para segurar a camisola amarela até ao final da corrida.