Aos 18 anos,
Paul Seixas começa a fazer soar os alarmes como próxima esperança francesa no ciclismo. O jovem da nova geração deixou uma marca no recente
Critérium du Dauphiné, onde enfrentou a elite do WorldTour e terminou num notável oitavo lugar da geral. Uma prestação sólida, ainda mais valorizada por ter sido conseguida após uma queda no Mont Cenis que o impediu de lutar por uma posição ainda mais destacada.
Com a França há quase quatro décadas sem vencer a sua prova rainha, os adeptos não escondem o entusiasmo. Há quem já veja em Seixas o possível sucessor de
Bernard Hinault, o último francês a conquistar a
Volta a França, em 1985.
No entanto, o próprio “Le Blaireau” não se deixa contagiar pela euforia. Hinault comentou a ascensão de Seixas com uma frase cheia de significado: “Não devemos vender a pele do urso antes de o matarmos”, disse à
RMC, pedindo contenção.
Paul Seixas é o atual Campeão do Mundo de contrarrelógio na categoria de júniores
Hinault reconhece a qualidade evidenciada no Dauphiné, mas lembra que uma prova de uma semana está longe da exigência de uma Grande Volta. “Antes de mais, ele precisa de gerir bem as suas capacidades físicas. Fez um ótimo Dauphiné, mas temos de ver como se comporta. Será que vai progredir e continuar a ser tão bom como é?”, questiona o cinco vezes vencedor da Volta a França.
Apesar do desempenho promissor, o próprio Seixas já afastou para 2025 qualquer estreia em Grandes Voltas, incluindo a Volta a França. O talento precoce parece consciente da importância de não queimar etapas na sua formação.
Para Hinault, o plano ideal passaria pelo “pequeno Tour”, o Tour de l’Avenir, onde poderia defrontar os melhores da sua geração num cenário competitivo adaptado à sua idade. “Ele vai encontrar-se com ciclistas da sua geração, e isso será ótimo”, defende o veterano, que continua atento ao futuro do ciclismo francês.
Seixas, com a sua maturidade precoce e talento evidente, parece estar no caminho certo. Mas o ciclismo ensina que, no longo prazo, tão importante como ter pernas é saber quando usá-las. E, por agora, o prodígio francês parece ter tempo do seu lado.