Laurence Pithie foi uma das agradáveis surpresas da primavera passada, destacando-se com um estilo ofensivo e corajoso que lhe valeu, entre outros resultados, um notável 7.º lugar na Paris-Roubaix. Para 2025, o neozelandês integra agora o ambicioso projeto da Red Bull - BORA - hansgrohe, que pretende afirmar-se como a próxima grande potência nas Clássicas - uma sucessora natural da lendária Wolfpack da Quick-Step. E Pithie não esconde a ambição: quer assumir-se como líder do bloco de Clássicas.
Ao contrário de anos anteriores, o ciclista de 21 anos iniciou a sua época europeia mais tarde. Uma escolha estratégica, como explicou ao In de Leiderstrui:
“Falhei o Opening Weekend, mas no fim de contas são só duas corridas, certo? O inverno é curto, é preciso fazer escolhas e garantir que todos os aspetos estão alinhados".
Pithie optou por uma abordagem mais focada e metódica, que incluiu um bloco de treinos na Nova Zelândia, seguido de três semanas em altitude em Tenerife, após competir na Austrália.
“Mudei muita coisa - desde o treino à nutrição e à gestão do desempenho. Estou melhor do que nunca, sem dúvida. Dei mesmo um passo em frente e posso tirar confiança disso.”
Apesar de o jovem núcleo de clássicas da equipa ainda não ter apresentado grandes resultados em 2025, Pithie acredita no potencial do grupo:
“Temos uma equipa muito jovem, mas damo-nos bem. O ambiente é positivo, e isso vai refletir-se nas corridas. Estamos a crescer juntos".
A ausência de uma referência como Mathieu van der Poel ou Wout van Aert obriga a uma abordagem mais aberta e coletiva, defende:
“Se não temos um líder incontestável, temos de jogar com mais cartas. Se conseguirmos chegar ao final com várias opções, temos boas hipóteses".
Neste contexto, destaca a importância da comunicação dentro da equipa:
“Temos de ser honestos uns com os outros, perceber quem está melhor e quem não está. A equipa técnica ajuda-nos muito nesse sentido. Vai correr tudo bem".
Apesar da boa forma, a sorte ainda não acompanhou Pithie neste início de primavera. Caiu após a Cipressa na Milan-Sanremo, teve dois furos na E3 Saxo Classic e acabou por falhar a jogada decisiva na Gent-Wevelgem. Ainda assim, o neozelandês está confiante:
“Sinto que estou pronto. Treinei muito bem, sinto-me mais forte do que nunca".
Questionado sobre se irá repetir os ataques de longe que o deram a conhecer no ano passado, sobretudo na Flandres e em Roubaix, Pithie respondeu com um sorriso:
“Duvido que ataque tanto como no ano passado... mas nunca se sabe, estas clássicas são sempre imprevisíveis. Temos de estar preparados para tudo quando a oportunidade surgir".
A promessa está lançada: Laurence Pithie chega às grandes clássicas com ambição, pernas e uma equipa em crescimento. O pelotão que se prepare.