O verão de
Mathieu van der Poel arrancou com percalços, mas o neerlandês da
Alpecin-Deceuninck já voltou ao ritmo certo. No regresso ao
BTT, na Taça do Mundo de Nove Mesto, sofreu duas quedas e acabou por fraturar uma mão, comprometendo os planos iniciais para a preparação da
Volta a França. No entanto, sem dramatismos, Van der Poel retomou os treinos pouco tempo depois e marcou presença no Critérium du Dauphiné, testando as pernas sem grandes ambições e mostrando que a lesão já não o limita.
Findo o bloco francês, o campeão do mundo regressou à sua habitual base de treinos na Costa Blanca, onde se juntou ao australiano Freddy Ovett, companheiro de pedaladas e presença recorrente nos seus estágios. Através do Strava e do Instagram, a dupla tem partilhado detalhes dos treinos duros e do ambiente descontraído que rodeia a preparação final para a Grand Boucle.
Numa das sessões filmadas por Ovett, Van der Poel surge a subir com o estilo inconfundível que o caracteriza, impondo potência e fluidez na subida, antes de ser apanhado, já no topo, a recuperar num banco à sombra, aproveitando o calor suave do clima espanhol. No fim do dia, partilham uma refeição, reforçando a componente lúdica e humana de uma preparação profissional exigente.
“O Instagram não mostra a história completa”, escreveu Ovett numa das publicações, ele próprio regressado de uma lesão recente. “É duro, mas adoro estar de volta à bicicleta sem dores.” Van der Poel, num comentário rápido e direto, respondeu com a naturalidade de quem vive o esforço como parte da essência do ciclismo: “Pedalar nunca é isento de sofrimento, certo?”
Com a Volta a França a começar a 5 de julho, Van der Poel é um dos nomes em destaque para as etapas iniciais, sobretudo nas jornadas explosivas do Norte de França. O seu historial em clássicas e o instinto ofensivo tornam-no um candidato forte a vestir a Camisola Amarela nos primeiros dias da corrida.
A expetativa é alta, mas o neerlandês mantém-se fiel ao seu estilo: foco nos treinos, serenidade fora da bicicleta e um apetite insaciável por momentos de glória nos grandes palcos mundiais.