Matxin revela instrução de Pogacar para Narvaez durante o ataque decisivo na 12ª etapa do Tour: "Não te pedi para forçares assim tanto"

Ciclismo
sexta-feira, 18 julho 2025 a 10:27
Narvaez
Joxean Matxín tem todas as razões para sorrir. Apesar das críticas recentes à UAE Team Emirates - XRG, particularmente após os percalços dos últimos dias, a formação da Emirates respondeu com autoridade quando realmente importava. A etapa de Hautacam confirmou aquilo que muitos já suspeitavam: a UAE é, neste momento, a equipa mais sólida do pelotão, e soube colocar Tadej Pogacar na posição ideal para exibir, mais uma vez, o porquê de ser considerado o melhor ciclista do mundo.
A vitória contundente sobre Jonas Vingegaard e a Team Visma | Lease a Bike motivou uma reflexão de Matxín durante a sua participação no programa El Partidazo de COPE. Confrontado com a pergunta sobre como tudo pôde mudar em apenas 24 horas, o diretor desportivo espanhol respondeu com pragmatismo: “No final, tudo se resume à dinâmica da corrida. Quando alguém faz algo diferente, as pessoas comportam-se como se esse momento definisse todo o Tour.”
“Ontem houve a queda. Hoje, foi a vitória”, prosseguiu Matxín. “A equipa mostrou que sabe unir-se em torno do Tadej da melhor maneira possível.” O responsável técnico destacou o papel de Jhonatan Narváez e de Nils Politt, ambos peças-chave para o sucesso obtido em Hautacam. “A aceleração do Jhonatan foi enorme. E o Nils, mais uma vez, conseguiu controlar uma fuga com cinquenta ciclistas, sem nunca deixar que a diferença passasse dos dois minutos. Todos têm mérito: desde o Nils, que puxou desde o quilómetro zero, até ao Jhonatan, que fechou com chave de ouro. Claro que aquilo que o Tadej fez foi uma autêntica obra de arte.”
Jonathan Narvaez lançou o ataque decisivo de Pogacar na etapa 12 da Volta a França 2025
Jonathan Narvaez lançou o ataque decisivo de Pogacar na etapa 12 da Volta a França 2025
Matxín também revelou que a aceleração de Narváez nas primeiras rampas de Hautacam não estava propriamente nos planos, mas acabou por desencadear o momento decisivo da etapa. “O Jhonatan interpretou assim a situação, e o próprio Tadej disse-lhe: ‘Não te pedi para forçares assim tanto!’ Mas é isso que acontece numa corrida. A adrenalina toma conta de nós, quase parece um sprint.”
“Na verdade, o próprio Jhonatan deixou o Jonas para trás, e foi aí que o Tadej aproveitou para abrir a diferença. Mais de dois minutos na meta”, destacou. “Correu melhor do que poderíamos imaginar. Dois minutos de vantagem logo na primeira etapa de montanha? Nem nos nossos cenários mais otimistas prevíamos isso.”
Apesar da vantagem superior a três minutos de Pogacar sobre Vingegaard na geral, Matxín opta por não entrar em euforias. Quando questionado se o esloveno já selou virtualmente a vitória em Paris, a resposta foi de prudência. “Se eu estivesse a ver de fora, provavelmente pensava o mesmo. Mas, do meu ponto de vista... basta olhar para o que aconteceu no dia anterior, com a queda. Vejam o João Almeida, estou certo de que ele também estaria ali com os melhores.”
O diretor espanhol e sublinha que a corrida está longe de estar resolvida. “Este ano não vai ser uma procissão até Paris. Temos de continuar cautelosos e respeitar todos os nossos adversários. Ainda pode acontecer muita coisa… Dito isto, as opiniões externas não nos influenciam minimamente dentro da equipa.”
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