Maurits Lammertink fala das consequências do acidente que pôs fim à sua carreira: "Estou muito cansado e tenho uma dor de cabeça constante que só piora ao longo do dia"

Ciclismo
sábado, 28 outubro 2023 a 4:00
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Maurits Lammertink teve uma grande carreira antes de ser obrigado a retirar-se do ciclismo profissional em 2021. O holandês foi atropelado por uma scooter quando ia comprar um gelado com a família. Sofreu uma fratura do crânio, um maxilar partido e uma clavícula partida. A RTV Oost visitou Lammertink para saber como está agora.
Nos anos anteriores ao seu acidente, Lammertink, agora com 33 anos, teve uma carreira de sucesso, na qual participou em todas as grandes voltas. No entanto, em 2021 não foi escolhido para ir à Volta a França, o que significou que o holandês teve mais tempo para passar com a sua família. Foi aí que se deu o desastre, e até hoje é difícil para Lammertink falar sobre o acidente. "Fui comprar um gelado. Levei três caixas comigo e coloquei-as no banco de trás. Eu disse: Tenho de ir buscar mais um. E depois as luzes apagaram-se".
Desde o acidente, o antigo ciclista recuperou sobretudo a nível físico. Cognitivamente, no entanto, Lammertink está menos bem. "Demorou alguns meses até eu compreender realmente o que me tinha acontecido. Os médicos diziam-me coisas, mas eu não percebia nada. Depois comecei a fazer bluff e a acenar com a cabeça a tudo."
A namorada do holandês, Marion, indica que o antigo vencedor da Volta ao Luxemburgo fica rapidamente sobre-estimulado. "Uma porta a bater um pouco mais alto, crianças a brincar, tudo se torna rapidamente demasiado para ele." Lammertink concorda com o que diz a sua namorada e acrescenta: "Estou muito cansado e tenho uma dor de cabeça constante. Acordo com ela e durante o dia piora. Encontrar as palavras certas também é um problema e estou muitas vezes mal-humorado e de pavio curto. Ver televisão também já não é possível".
Por último, Marion indica que o que mais a incomoda é o facto de o seu companheiro se mostrar pouco envolvido no que se passa na família. "Ele sempre foi muito sociável e empático. Quando cruzava a linha de chegada de uma corrida, perguntava logo pelas crianças. Dói perceber que esse querido companheiro e pai já quase não está presente". Por fim, Lammertink diz que gostava de voltar a trabalhar no mundo do ciclismo... mas que também percebe e sabe " a realidade das coisas".

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