"É ainda melhor do que tudo o que poderíamos ter imaginado"- Mauro Gianetti orgulhoso de tudo o que Pogacar alcançou até agora

Ciclismo
segunda-feira, 28 julho 2025 a 13:15
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Tadej Pogacar escreveu mais um capítulo dourado da sua carreira ao vencer, este domingo, a sua quarta Volta a França, igualando Chris Froome como o ciclista com mais triunfos na era moderna da prova. Aos 26 anos, o Campeão do Mundo esloveno torna-se assim um sério candidato a atingir, e até mesmo ultrapassar, o lendário recorde de cinco vitórias detido por Jacques Anquetil, Bernard Hinault, Miguel Indurain e Eddy Merckx.
A UAE Team Emirates - XRG, consciente da raridade de ter ao seu serviço um talento tão completo e precoce, já não esconde que o objetivo passa por continuar a construir uma estrutura que permita a Pogacar sonhar alto. “Carregar este troféu pelos Campos Elísios foi uma emoção imensa. Mas vou guardá-lo bem para o Tadej Pogacar mais tarde”, disse entre risos Mauro Gianetti, diretor-desportivo da equipa, ao Cyclism’Actu. “Significa muito, porque por detrás disto está muita paixão, esforço, trabalho e sacrifício, seja da minha parte, da minha família, de todas as pessoas que acreditaram em nós, dos nossos patrocinadores… e acima de tudo, a sorte de ter um campeão como o Tadej Pogacar na equipa.”
Contratado em 2019 ainda como jovem promessa, Pogacar superou todas as expetativas da estrutura da Emirates. “É verdade que o descobrimos, que pensámos que ele iria longe… mas é ainda melhor do que tudo o que poderíamos ter imaginado. É fantástico estar aqui em Paris pela quarta vez com o vencedor do Tour”, admitiu Gianetti.
Esta quarta conquista do Tour representou, no entanto, um novo tipo de desafio para o esloveno. Depois de um ano de 2024 marcado pela dobradinha Giro-Tour, Pogacar regressou a uma preparação mais clássica, com foco total na Grande Volta francesa. O plano resultou, mas deixou marcas: a luta acesa com Jonas Vingegaard e a pressão constante da Team Visma | Lease a Bike revelaram um Pogacar mais humano, visivelmente desgastado ao longo da terceira semana.
Apesar do sucesso desportivo, o esloveno foi surpreendentemente aberto nas suas declarações nos últimos dias, admitindo sentir sinais de esgotamento e até ponderar a retirada do ciclismo antes do final da década. Ainda assim, traçou metas ambiciosas no horizonte, incluindo os Jogos Olímpicos de Los Angeles em 2028, num ano em que, caso vença todas as edições do Tour até lá, chegaria às sete vitórias atingidas outrora por um tal Lance Armstrong (que mais tarde viriam a ser-lhe retiradas).
Gianetti acredita que o sonho é legítimo: “Já que chegamos até aqui, porque não? Vamos pelo menos tentar. Vai ser um desafio, como sempre, porque os nossos adversários são numerosos e cada vez mais fortes. Este ano, voltamos a ser bem-sucedidos, mas teremos de voltar, porque o objetivo de ganhar cinco Tours é uma boa meta.”
A presença de Pogacar na Volta a Espanha continua em aberto, mas tudo aponta para que o esloveno encerre a sua época mais cedo, optando por descanso em vez de prolongar um calendário que já exigiu bastante de si. Gianetti foi cauteloso: “Veremos nos próximos dias. Precisamos de pensar cuidadosamente sobre o futuro de Tadej Pogacar. Poderá ser uma solução, mas temos de pensar bem no assunto. Decidiremos com calma dentro de alguns dias.”
Num ano em que venceu a Liège-Bastogne-Liège, a Volta a França e conquistou a Camisola Arco-Íris, Pogacar reafirmou-se como o rosto da sua geração. Se o seu corpo e mente resistirem ao desgaste, nada impede que, nos próximos anos, entre no panteão dos melhores de sempre.
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