A partida para a 16ª etapa da
Volta a Itália de 2024 transformou-se numa farsa no que diz respeito à organização, com um pelotão confuso e inseguro retido numa estação de serviço à chuva, enquanto os organizadores da corrida tentavam encontrar um plano de última hora para o dia, depois de o mau tempo ter causado o caos.
Vários ciclistas, incluindo Ben O'Connor e Simon Geschke, ficaram furiosos com a forma como os organizadores da corrida lidaram com a situação, expressando o seu descontentamento em entrevistas e nas redes sociais imediatamente após o sucedido. No entanto, numa entrevista à Eurosport antes da 17ª etapa, o CEO da RCS, Mauro Vegni, saiu em defesa das acções da organização da corrida;
"Se tivesse de voltar a fazer o que fiz ontem, pegava nos 170 ciclistas, colocava-os à partida e fazia uma reunião para explicar o que iamos fazer... Porque percebi que a comunicação do que tínhamos feito, desde o dia anterior, não tinha sido comunicada a alguns deles", explicou Vegni. "As palavras de alguns deles, mesmo as mais duras, são totalmente falsas. Já tínhamos decidido no dia anterior seguir o plano C, dado que as condições climatéricas iriam provavelmente piorar. Depois, iamos para o Prato allo Stelvio e começávamos de novo? Mas percebi quea mensagem não chegou aos ciclistas".
Para evitar, como aconteceu noutras ocasiões, que alguém começasse a corrida no local designado para a partida, dissemos "no dia de descanso tomamos as decisões necessárias". Reunimo-nos, havia a possiblidade de existirem condições meteorológicas adversas e todos os que tinham direito a dar a sua opinião estavam presentes", continua Vegni. "Os pontos que precisávamos de considerar foram decididos por unanimidade. Ontem, reunimo-nos novamente e, dadas as condições meteorológicas, decidimos que partiríamos do Prato allo Stelvio."
Se Vegni tivesse conseguido o que queria, os ciclistas ter-se-iam exibido à volta da cidade de Livigno, apesar da neve, do granizo e da chuva que os fustigava com um frio intenso. "Pedimos apenas uma coisa, dado que para os cidadãos que estavam presentes não era agradável nós partirmos assim: vamos fazer os 4-5 km que faltam até ao túnel, onde os ciclistas depois mudariam de roupa", explica. "Além disso, toda a gente estava de acordo. O presidente da Câmara de Livigno estava presente, os representantes dos ciclistas também, e todos concordaram."
Isto acabou por não acontecer, porque os ciclistas mantiveram a sua posição e recusaram-se a correr naquelas condições, para grande tristeza de Vegni. "Nessa altura, fui para o carro, tinha o Presidente da Câmara à minha frente e ninguém apareceu quando saí", conclui, criticando aqueles que, desde então, afirmam que nunca existiu qualquer acordo entre os ciclistas e os organizadores da corrida. "Estes são os factos. Se alguém tem alguma coisa para me provar e que diga que estou a mentir, que me venha dizer isso na minha cara."