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Q36.5 Pro Cycling Team tem vindo a afirmar-se como uma das formações mais dinâmicas do pelotão internacional. Depois da chegada de Tom Pidcock no último inverno, e de reforços de peso como Fred Wright e Eddie Dunbar, a equipa suíça volta a surpreender ao assegurar a contratação de
Chris Harper, um dos melhores trepadores australianos do WorldTour.
"Chris é um ciclista que tem evoluído de forma consistente ano após ano, mesmo não sendo já um jovem. É inteligente, tem experiência acumulada e acreditamos que pode beneficiar muito da nossa estrutura", sublinhou Doug Ryder, chefe de equipa, em comunicado oficial.
A saída de Harper representa um duro golpe para a
Team Jayco AlUla, que perde num espaço de 24 horas não só o australiano, mas também Dunbar, dois dos seus trunfos mais valiosos para as montanhas.
Um perfil versátil para apoiar e atacar
À semelhança de Dunbar, Harper chega à Q36.5 com um leque variado de opções: lutar por classificações gerais, perseguir vitórias de etapa ou assumir funções de domestique de luxo ao lado de Pidcock e Dunbar. Após alguns anos nos escalões continentais australianos, o trepador alinhou três épocas pela Visma, antes de assinar pela Jayco em 2023, onde foi peça-chave no apoio a Simon Yates.
Este ano começou com ambições de disputar a Volta a Itália para a classificação geral, mas os planos saíram furados. No entanto, compensou uma corrida irregular com uma vitória memorável na última etapa de montanha, depois de um ataque solitário no Colle delle Finestre, coroado no alto de Sestrière.
"A sua vitória no Giro é o reflexo do seu estilo de corrida. É agressivo, sente o momento certo para atacar e dá tudo. Tem experiência em Grandes Voltas e adapta-se na perfeição aos nossos planos de futuro", destacou Ryder.
Uma aposta em crescimento
Questionado sobre a decisão de deixar o WorldTour, Harper respondeu com clareza: "De fora, percebe-se que esta é uma equipa em ascensão, com grande ambição de chegar ao nível WorldTour. Sou um principiante tardio no ciclismo e sinto que continuo a evoluir todos os anos. Estar rodeado de ciclistas apaixonados e de pessoal que quer melhorar em todos os aspetos foi algo que me atraiu".
Com 30 anos, Harper encontra-se numa fase de maturidade plena e a sua exibição no Giro pode ser apenas um prenúncio do que está para vir. "Considero esta vitória o ponto mais alto da minha carreira, porque foram semanas muito duras. Entrei no Giro em boa forma, mas adoeci e perdi confiança. No dia da vitória, acreditava que seria uma etapa decidida pelos homens da geral, mas ainda assim entrei na fuga. Ao longo do dia fui-me sentindo cada vez melhor. Terminar uma Grande Volta desta forma é fantástico".