Decathlon na Volta a Espanha: Felix Gall para repetir o resultado do Tour, escudado por 2 jovens talentos geracionais e 3 ciclistas experientes nas montanhas

A Decathlon AG2R La Mondiale Team está a realizar mais uma grande temporada, dominando o calendário francês, mas mostrando-se também noutras provas, como a Volta a Itália, onde ganharam com Nicolas Prodhomme, o surpreendente ciclista mais ganhador da equipa em 2025. Na Volta a Espanha, repetem o líder da Volta a França, Felix Gall, e trazem também um trio de jovens muito promissores.

20 vitórias, 55 pódios, 151 top 10, 9º lugar no ranking UCI 2023-2025

Felix Gall

Nans Peters

Sander de Pestel

Bruno Armirail

Jordan Labrosse

Callum Scotson

Depois do 5º lugar no Tour, onde foi audaz e tentou sempre mais, Felix Gall avança para a 2ª grande volta do ano, tal como em 2024, mas aí foi forçado a proteger a liderança de Ben O'Connor, desligando-se da geral. Nesta edição, esse não será o caso, chega como líder único, terminou o Tour em subida de forma e acredito que tem todas as condições para repetir, pelo menos, um lugar no top 10.

Um dos jovens entusiasmantes é Léo Bisiaux, a equipa resistiu à pressão mediática de levar Paul Seixas ao Tour e à Vuelta, mas não deixa de apostar nos talentos. Bisiaux, como certamente se recordam, ganhou uma etapa na Volta a Burgos no inicio do mês e segurou-se na etapa rainha, terminando em 3º lugar na geral final, para além disso fez top 40 nas duas provas por etapas do WT que disputou. O francês de 20 anos está a cumprir a sua 1ª temporada no worldtour, no ano passado foi 4º no Tour de l'Avenir, 6º na Volta à Itália sub-23 e 3º na Corrida da Paz. Com estas indicações, só se pode estar com expectativas elevadas para a sua estreia em 3 semanas, ainda que apoiar Gall seja uma prioridade.

Ainda hoje estou para perceber como é que a Visma deixou fugir Stuane-Mittet para a Decathlon, o norueguês venceu a Volta à Itália sub-23 em 2023, foi também 2º no Tour de l'Avenir em 2022. Relativamente a 2025, demorou a carburar o motor, mas de maio para cá, foi 12º na Volta à Romandia e 12º na Volta à Polónia, acredito que nas primeiras etapas possa especular com a corrida e a equipa não o queimar em prol de Gall, vendo como evolui na geral.

Peters e Scotson completam o bloco de trepadores, o francês parece estar claramente em fim de ciclo na equipa, os resultados destas últimas 2 épocas foram fracos, termina contrato este ano, uma boa Vuelta no apoio ao líder pode permitir a sua continuidade; quanto a Scotson, acredito que tenha sido um pedido expresso de Gall, já esteve ao seu lado no Tour e foi o gregário que aguentou mais tempo com ele, a par de Paret-Peintre, tem evoluído muito na montanha e deverá ser nova ajuda importante.

Armirail é um todo o terreno, melhorou muito na montanha, sacrificou um pouco o CRI, mas continua muito competitivo e este ano voltou a ser campeão francês de CRI, será muito importante no contrarrelógio coletivo e pode lograr um top 10 no individual. De Pestel e Labrosse também serão boas ajudas no CRI coletivo e irão trabalhar na média montanha, o belga poderá tentar infiltrar-se no top 10 em chegadas rápidas.