À medida que os níveis de desempenho no pelotão melhoram mais do que nunca, algumas perguntas continuam a ser feitas sobre a origem dessas melhorias. Dado o passado obscuro do desporto, não é uma pergunta totalmente descabida, mas de acordo com Michael Morkov, recentemente reformado, não existem situações de dopagem no pelotão atualmente.
Morkov retirou-se do ciclismo após quase duas décadas ao mais alto nível no final da temporada de 2024, e desde então foi anunciado como o novo selecionador nacional da Dinamarca. À conversa com Brian Holm e Bastian Emil no podcast Café Eddy, porém, Morkov insiste que, apesar das dúvidas persistentes de alguns, o pelotão de hoje está muito mudado em comparação com aquele em que ele entrou nos primeiros anos de sua carreira.
"É verdade que o Tadej Pogacar, o Remco Evenepoel e o Jonas Vingegaard têm resultados loucos, mas eu estive com eles e eles também são mais leves e mais fortes do que eu. Não creio que estejamos perante algo de anormal", explica o dinamarquês de 39 anos, que esteve presente na Volta a França de 2024, no apoio a Mark Cavendish. "Mas é claro que, com os desempenhos loucos, podemos pensar nos fantasmas do passado".
Tendo dado o primeiro salto para o nível World Tour em 2009, na Saxo-Bank, Morkov viu o lado negro do doping no pelotão durante o início da sua carreira. No entanto, à medida que foi evoluindo, o ciclismo foi apresentando uma imagem cada vez mais limpa e o antigo lançador faz questão de insistir que o doping organizado é, de facto, uma coisa do passado.
"Penso que já avançámos", conclui Morkov com firmeza. "Não consigo imaginar que exista dopagem organizada nos escalões superiores do ciclismo profissional".