Jonathan Milan deveria estar a saborear a glória da vitória na etapa de sábado da
Volta a França, mas em vez disso viu-se forçado a responder a perguntas sobre uma penalização polémica. O sprinter italiano da
Lidl-Trek foi sancionado com a dedução de 10 pontos na luta pela camisola verde, decisão que deixou o próprio ciclista (e parte do pelotão) incrédulo.
A razão oficial da penalização não foi comunicada com clareza pela organização, e Milan mostrou-se visivelmente confuso quando abordado pela Sporza antes do arranque da Etapa 9. “Talvez estejam apenas a vigiar-me”, reagiu, num comentário carregado de ironia.
Sem esconder o incómodo, Milan tentou contextualizar o momento: “Não aconteceu grande coisa, foram apenas movimentos que vemos sempre numa chegada ao sprint. Talvez alguém devesse olhar mais para o último quilómetro em vez de olhar para os últimos 200 metros. Não se tratava apenas de mim”.
A perda de pontos surge num momento sensível da competição, com a disputa pela camisola verde ao rubro. Milan assumiu que a penalização poderá ter impacto significativo na classificação por pontos: “Isso pode ser um fator. Já é uma luta muito disputada. Acho que essa dedução é um pouco injusta”.
Mesmo dentro dos seus adversários, surgiram vozes de apoio. Mathieu van der Poel, rival direto e figura respeitada no pelotão, manifestou publicamente a sua surpresa. “O Jonathan garantidamente não fez nada de errado”, afirmou o neerlandês da Alpecin-Deceuninck. “Não tenho ideia do que terá sido, mas certamente não foi merecido”.
A polémica relança o debate sobre a coerência e transparência nas decisões disciplinares em finais de etapa ao sprint, especialmente quando está em jogo uma das classificações mais prestigiadas da Volta a França. Enquanto isso, Milan continuará a sprintar, agora com ainda mais motivos para lutar por cada ponto.