Esta quinta-feira, 14 de agosto, o ciclismo espanhol perdeu uma das suas figuras mais emblemáticas: Bernardo Ruiz. O lendário corredor faleceu aos 100 anos, deixando um legado inestimável e pioneiro para o desporto no país. Como homenagem, revisitamos a sua extraordinária trajetória profissional.
Bernardo Ruiz foi o primeiro ciclista espanhol a subir ao pódio da
Volta a França, feito alcançado em 1952. Natural de Orihuela, cidade que decretou luto pela sua morte, brilhou logo na 2ª etapa, em Le Mans, com um 2º lugar. Voltou a repetir a posição no 11º dia, em Sestrieres. Já na última semana, foi 4º na 18.ª etapa e terminou em 8.º no contrarrelógio individual da penúltima tirada, em Vichy.
Com estes resultados, garantiu um lugar na história ao conquistar o 3º posto final da Volta a França 1952, apenas atrás do mítico Fausto Coppi e do belga Stan Ockers.
Mas a carreira de Bernardo Ruiz começou a ganhar forma muito antes desse pódio. Em 1948, com apenas 23 anos, venceu a
Volta a Espanha, juntando-lhe também a classificação da montanha. Ao longo da carreira, somou 7 vitórias em etapas das três principais voltas: quatro na Vuelta (entre 1948 e 1950), duas na Volta a França (1951) e uma na
Volta a Itália (1955).
Com 38 triunfos como profissional e 22 participações em Grandes Voltas, o seu palmarés é vasto. Entre outros êxitos de relevo estão a vitória na
Volta à Catalunha de 1945, três etapas na mesma prova (1946, 1950 e 1951), dois títulos na prestigiada Clásica a los Puertos (1950 e 1951) e conquistas em classificações gerais como a Volta a Castela (1951), a
Volta a Burgos (1947), a Volta ao Levante (1957) e a clássica Barcelona-Pamplona (1951).
O adeus ao pelotão
Após mais de uma década no topo, Bernardo Ruiz despediu-se do ciclismo profissional em 1958. Nesse ano participou pela última vez na Volta a Espanha e regressou à Volta a França, palco onde, seis anos antes, tinha inscrito o seu nome na eternidade.
Desapareceu esta quinta-feira, mas a sua memória e o seu contributo para o ciclismo espanhol permanecerão. Descanse em paz, Bernardo Ruiz.