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Team Visma | Lease a Bike tem mostrado uma abordagem bastante distinta daquela que levou à vitória na Volta a França. Na
Volta a Espanha 2025, a equipa neerlandesa optou por uma estratégia conservadora, mantendo
Jonas Vingegaard protegido e poupando forças até às etapas de alta montanha que realmente favorecem o dinamarquês.
"Na Volta a França fomos protagonistas do caos, mas aqui decidimos encarar a primeira semana de forma calma, deixando a corrida fluir",
explicou Matteo Jorgenson ao Cyclingnews. "Na segunda e terceira semanas teremos certamente uma estratégia mais ofensiva".
Posição ideal antes das grandes batalhas
Com a camisola vermelha entregue a Torstein Traeen após uma fuga bem-sucedida, a Visma não tem tido de assumir responsabilidades extra. Vingegaard segue 2:32 atrás na geral, livre das obrigações mediáticas e protocolares que cabem ao líder. Tudo indica que a equipa manterá a mesma postura até à 13ª etapa, que termina no mítico Alto de l’Angliru.
"Não olhei muito para o que vem mais à frente, mas sabemos que, ao poupar energia nesta primeira semana, aumentamos as nossas hipóteses quando chegarem as grandes montanhas. É a jogada mais segura para nós", acrescentou Jorgenson.
Desde que chegou à Visma, Jorgenson tem estado sempre ao lado de Vingegaard nas grandes voltas
Até ao momento, os únicos testes reais surgiram através das acelerações de Giulio Ciccone e João Almeida, ainda que controlados. O ritmo geral da prova também tem sido mais lento do que o vivido no Tour, com várias etapas tranquilas e a vitória no segundo dia, em Limone, a aliviar qualquer pressão inicial. Para além de Vingegaard, a Visma ainda dispõe de Jorgenson e Sepp Kuss como cartas adicionais para movimentos estratégicos na classificação geral.
Vingegaard transmite confiança à equipa
O americano destacou ainda a serenidade do bicampeão da Volta a França: "Ele está muito bem. Para qualquer ciclista, preparar o Tour molda toda a época, entre treinos, estágios e pressão mediática. Quando se chega à corrida, a tensão é enorme, e para o Jonas ainda mais, pois já a ganhou duas vezes".
Jorgenson salientou que essa experiência faz toda a diferença na Vuelta: "Depois de vencer o Tour, existe uma confiança natural. Sentimo-nos preparados para qualquer coisa. O Jonas transmite calma, parece sereno e pronto para enfrentar o que aí vem".
À medida que a corrida se aproxima das etapas mais exigentes, cresce a pressão sobre os rivais para atacarem nos terrenos mais explosivos. A Visma, por sua vez, mantém-se fiel ao seu plano: conservar energia, deixar os outros gastar munições e preparar o terreno para que Vingegaard ataque quando mais lhe convier.