"Na seleção nacional não há rivalidades" - Tadej Pogacar persegue a dupla camisola arco-íris no Ruanda e Primoz Roglic só pensa na corrida de estrada

Ciclismo
quarta-feira, 17 setembro 2025 a 13:30
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A seleção da Eslovénia chega ao Campeonato do Mundo de Estrada de 2025, em Kigali, com a expectativa elevada e duas das maiores estrelas do ciclismo mundial. Tadej Pogacar tentará prolongar o seu reinado com a camisola arco-íris, não apenas na estrada mas também no contrarrelógio, enquanto Primoz Roglic deixou claro que o seu foco será exclusivamente a prova de fundo.
O treinador Uroš Murn procurou dissipar qualquer suspeita de rivalidade interna. "Na seleção nacional não há rivalidade", afirmou à comunicação social eslovena antes da viagem ao Ruanda. "Sabemos quais são as nossas chances coletivas e as possibilidades individuais. Todos se adaptam a isso".

Pogacar vs Evenepoel no contrarrelógio

A luta pelo título mundial de contrarrelógio deverá colocar frente a frente Pogacar e Remco Evenepoel. O percurso de 40,6 km, com 680 metros de desnível, encaixa perfeitamente nas características do esloveno. "Quando o Tadej viu o percurso, percebeu logo que tinha hipóteses de vencer", disse Murn. "O Remco é o especialista nos traçados planos, mas quando a estrada sobe, o Tadej está lá. O perfil foi feito para ele e vai ser muito competitivo".
Roglic, por seu lado, não estará presente na luta contra o cronómetro. "Muito simplesmente, não teve tempo para se preparar", explicou Murn. "Depois do Tour, precisava de uma pausa mais longa. Optou por se concentrar totalmente na corrida de estrada, razão pela qual esteve em estágio de altitude antes de viajar diretamente para o Ruanda".

Mohoric regressa, Tratnik ausente

A seleção eslovena terá de lidar com a ausência de Jan Tratnik, ainda em recuperação após uma época marcada por contratempos. "O Jan ainda não está a cem por cento desde o Giro. Ele próprio decidiu não correr riscos", explicou Murn. Para colmatar a baixa, entram em cena Matej Mohoric, em ascensão de forma depois da lesão que o afastou dos Mundiais de 2024, e o jovem Gal Glivar.
Mohoric mostrou-se competitivo recentemente, como atestou o quinto lugar no GP de Quebeque, e será um nome importante para apoiar Pogacar e Roglic.
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Matej Mohoric estará ao lado do amigo Tadej Pogacar

Um percurso exigente em Kigali

O traçado da corrida de fundo, com quase 280 km, promete dureza extrema. O Monte Kigali, a 1800 metros de altitude, e os circuitos urbanos técnicos deverão selecionar o grupo de favoritos. "O ponto decisivo está fora dos circuitos finais", explicou Murn. "Aos 150 km sobe-se ao Monte Kigali e, no regresso, há rampas íngremes, incluindo uma em paralelo. É aí que espero as jogadas mais importantes".
As condições logísticas também serão desafiantes. "No Ruanda não há autocarros de equipa nem autocaravanas como na Europa. Vamos adaptar-nos com um transporte mais pequeno. Todas as seleções estarão na mesma situação", acrescentou o treinador.

Pogacar e Roglic, dois líderes pelo mesmo objetivo

Com a camisola arco-íris em jogo e a responsabilidade de defender o título conquistado em 2024, a Eslovénia sabe que será o alvo a abater. "Não nos podemos esconder", admitiu Murn. "Todas as equipas vão atacar apenas nós. O nosso primeiro objetivo é repetir o sucesso do ano passado. Tudo o resto será um bónus, não podemos ser gananciosos. Será mais difícil do que em 2024 porque todos esperam que defendamos a camisola".
A coexistência entre Pogacar e Roglic surge, para Murn, como uma vantagem e não um problema. "Ambos são ciclistas de classe mundial. Quando estamos na seleção, não há rivalidade. Sabemos as nossas opções e adaptamo-nos a isso".
Com Pogacar a perseguir a rara dobradinha estrada/contrarrelógio, Roglic focado na resistência da corrida longa e Mohoric de regresso à melhor forma, a Eslovénia apresenta-se em Kigali como uma das seleções mais temidas à partida.
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