"Não ficaria satisfeito com menos do que o pódio" João Almeida puxa dos galões para a Volta a Espanha 2025

Ciclismo
quinta-feira, 21 agosto 2025 a 12:01
almeida
O ciclista português João Almeida não esconde a ambição com que parte para a 80ª Volta a Espanha: o pódio é o objetivo mínimo, e uma vitória de etapa surge também no horizonte. Recuperado da fratura de costela sofrida na Volta a França, o corredor da UAE Team Emirates - XRG garante que chega à partida em Turim com confiança renovada. "Tendo em conta a situação, […] ponho-me no pódio, certamente, mas menos do que isso, obviamente, não ficaria satisfeito. Aspirar à vitória, acho que também acaba por não ser 100% realista, tendo em conta que também há um Jonas Vingegaard. Se fizesse pódio ficava feliz e, obviamente, quero sempre tentar o lugar mais alto", afirmou em entrevista à agência Lusa.
O regresso à competição acontece pouco mais de um mês depois do abandono forçado no Tour, ao nono dia, dois após a queda que lhe fraturou uma costela. Ainda assim, Almeida assume-se como um dos principais candidatos ao triunfo final. "Sou dos corredores mais fortes estatisticamente também, de estar ali com os melhores números. Mas acho que também a minha situação é um bocado específica. Tive a queda, estive algum tempo sem andar na bicicleta, sem tocar nela. Não venho propriamente com a melhor preparação, longe disso. Mas também sei o meu valor, sei que sou um corredor bom e acho que vou estar bem", sublinhou.
O português garante sentir-se "100% recuperado" há "basicamente duas semanas", sublinhando que parte para a corrida "sem dores e sem limitações". "A minha fratura é uma fratura não complicada, portanto também não houve muito a fazer, é só descansar e recuperar ao máximo, para isto ficar bom o mais rápido possível", explicou.
Durante a paragem, Almeida esteve 10 dias afastado da bicicleta, regressando depois ao treino focado na preparação para a Vuelta. "Não posso propriamente desfrutar, nem nada. É foco total no treino. O tempo já é escasso, [por isso] o pouco tempo que tive para me preparar já teve de ser aproveitado ao máximo. Então, foi assim uma luta contra o relógio", descreveu.
João Almeida ganhou 3 corridas por etapas em 2025: Volta ao País Basco, Volta à Romandia e Volta à Suíça
João Almeida ganhou 3 corridas por etapas em 2025: Volta ao País Basco, Volta à Romandia e Volta à Suíça
No processo de recuperação, o melhor voltista português da atualidade aplicou a mesma disciplina de sempre: treinar ao limite para estar o mais próximo da forma ideal. "Já é uma temporada longa, com muita corrida, já temos muitos quilómetros nas pernas este ano. Então, também não há assim muito mais a fazer", notou, acrescentando que, embora a paragem tenha impacto, acredita que vai "entrar bem" e "ir crescendo dia a dia".
Na edição de 2025, que arranca este sábado em Turim e termina a 14 de setembro em Madrid, Almeida, de 27 anos, procura também estrear-se a vencer na prova espanhola, onde já foi quarto em 2022. "Já fiz várias Vueltas, todas com preparações horríveis, que nunca me calham bem. E nunca estive sequer perto disso. Entro sempre nas Vueltas a sentir-me mal e com pouca forma. Acho que, na realidade, é o ano em que me preparei melhor para uma Volta a Espanha. Gostava de ganhar uma etapa e acho que consigo, é apontar bem", referiu, revelando que, apesar de não ser "esquisito", tem uma predileção pelo Angliru, final da 13ª etapa.
Vencedor de uma etapa no Giro 2023, edição em que também alcançou o pódio final, o português reconhece que completar a trilogia de vitórias em grandes Voltas é um objetivo que deseja concretizar.
Quarto classificado no Tour 2024, Almeida não hesita ao apontar o principal adversário para esta Vuelta: Jonas Vingegaard. "Vem de ser segundo no Tour, também é um corredor que para as grandes Voltas está sempre lá. É um dos extraterrestres desta geração, portanto acho que ele é o nome que vou apontar, não vale a pena apontar muitos mais", disse, a propósito do líder da Visma | Lease a Bike e segundo classificado da Vuelta em 2023.
Apesar do desgaste da Volta a França, Almeida acredita que o dinamarquês vai apresentar-se em forma. "Tive um calendário bastante pesado e com muitos dias de competição. Então, não tenho tanta preparação em termos de treino, é mais competição atrás de competição, e isso é que acaba por criar uma fadiga que não podemos controlar. No caso dele, ele faz muito poucas corridas, então tem sempre mais frescura e pode controlar o treino que faz e o desgaste que tem", analisou.
Depois de ter desistido das últimas grandes Voltas em que alinhou, incluindo a Vuelta de 2024, abandonada devido ao covid-19, o ciclista português espera agora mudar o rumo da história. "Acho que está na hora de acabar com a maré de azar", concluiu.
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