Gerir a camisola amarela não é tarefa simples. Entre ordens de equipa, responsabilidades táticas e decisões de momento, é fácil cruzar a linha entre o controlo e o exagero.
Nils Politt, colega de
Tadej Pogacar na
UAE Team Emirates - XRG, tentou manter o equilíbrio durante a 16ª etapa da
Volta a França, mas a sua atitude acabou por gerar críticas.
Com uma grande fuga já consolidada, Politt parecia disposto a deixá-la seguir. No entanto, a insistência de vários ataques adicionais alterou o cenário. Visivelmente contrariado, o alemão avançou para a frente do pelotão e tentou impor uma espécie de trégua. A sua intervenção não passou despercebida.
Entre os que criticaram Politt esteve Thomas Voeckler, antigo ciclista profissional e atual comentador da televisão francesa. O francês não poupou palavras ao analisar a atitude do alemão. "Não há pior atitude, de uma forma arrogante. Muitas vezes são os gregários, e não os líderes, que se mostram assim. Não suporto ciclistas que tentam impor a lei. Ainda não há muito tempo, ele estava a lutar nas montanhas", atirou Voeckler, visivelmente incomodado.
Este tipo de gestos, apesar de comuns em corridas com muita tensão estratégica, raramente são bem recebidos quando há margem para discussão tática dentro do pelotão. No caso de Politt, o seu papel de gregário de luxo ao serviço de Pogacar dá-lhe um estatuto relevante, mas não o isenta de críticas quando tenta controlar os ritmos da corrida de forma tão explícita.