A queda que forçou
Jasper Philipsen a abandonar a
Volta a França 2025 continua a provocar ondas de choque no pelotão, e dentro da
Alpecin-Deceuninck a frustração é palpável. Se o diretor desportivo Philip Roodhooft optou por uma reação ponderada, o mesmo não se pode dizer do companheiro de equipa
Jonas Rickaert, que, após a etapa, explodiu em críticas a
Bryan Coquard, da Cofidis, apontando-lhe responsabilidade direta no incidente.
O momento da queda, ocorrido no sprint intermédio,
deixou Philipsen ferido com fraturas confirmadas na clavícula e costelas. Pouco depois da queda, Rickaert foi visto em acesa discussão com Coquard e, já na zona mista, ao microfone da Sporza, não escondeu a revolta.
"Para mim, pareceu-me que ele foi direito ao Jasper. Talvez tenha escorregado do pedal?", começou por questionar, ainda visivelmente alterado. "Ele disse que não o podia evitar, mas não é a primeira vez que corre riscos desnecessários num sprint intermédio. E para quê? Na melhor das hipóteses, ele está a lutar pelo sexto lugar nessa classificação. Se quer disputar o sprint final, tudo bem, isso é pela vitória da etapa. Mas arriscar a vida por 10 pontos? Isso é uma loucura".
Mas Rickaert foi mais longe, estendendo as críticas ao comportamento geral do pelotão e ao que considera um excesso de nervosismo numa fase prematura da corrida:
"Não conseguia perceber porque é que estavam todos tão nervosos quando ainda faltavam 100 quilómetros. Talvez os diretores das outras equipas estejam num canal diferente do nosso. Ou então sou eu que já estou a ficar velho".
Em contraste com o tom inflamado de Rickaert, Philip Roodhooft, chefe da equipa belga, preferiu manter uma perspetiva mais racional diante do sucedido.
"Numa fração de segundo, passamos da euforia à amarga desilusão", afirmou. "Ficou imediatamente claro que era grave. O hospital confirmou uma clavícula partida, embora isso já fosse evidente no local".
Roodhooft rejeitou fazer julgamentos precipitados sobre Coquard ou outros envolvidos:
"O que interessa é que Jasper não teve qualquer hipótese. Faz sentido que os ciclistas façam sprints quando há uma linha a ser ultrapassada, isso é apenas corrida. Mas estas coisas podem acontecer. As consequências são, infelizmente, devastadoras para nós. Para o Jasper, claro, mas também para toda a equipa".